sexta-feira, 14 de junho de 2013

O suicida do casarão

Na frente do espelho,
Surge uma imagem.
Nem novo nem velho,
Levantar seus olhos não tinha coragem.
Sentia que era fraco e covarde.

Saiu dali,
Passeava por toda a sala.
Guardava todas as lembranças dentro de uma mala.
Não sabia para onde iria
Talvez para onde o vento lhe levar
Neste imenso mundo.
Mas não queria mais deixar este lugar
Por mais feio, velho e imundo,
Que fosse este casarão.

Sair dali seria como perder um pedaço do coração
E viver sem razão.
Sabia que não podia mais ficar
O tempo corria
Mas se pudesse um tijolo que fosse ele iria levar,
Para que quando a saudade apertar
Pudesse-lhe uma pequena lembrança fitar.

Fecharam as portas
E janelas também.
Uma lágrima escorria pelo rosto.
Mas preferiu virar as costas
Do que ver com tanto desgosto,
Botarem abaixo,
O velho casarão.

Seguiu sem olhar para trás
Logo adiante ouviu o som
De uma destruição vorás.
 Nada mais restara
Ficaria guardado como um sonho bom.

Dentro da mala havia algo que agora se lembrou:
De um punhal,
Que há muitos anos seu avô lhe presenteou.
Para este sem-eira-nem-beira,
Seria uma solução afinal.

Parou a caminhada
Olhou para as ruínas do casarão
E seguidamente para a afiada navalha.
Nisso acelerou seu desiludido coração.
Sentia-se um covarde
Mas nada mais esperava da vida.
Agora sem ninguém e sem nada,
Decidiu com sua vida acabar sem alarde.

Espetou o punhal em seu peito,
E seu sangue pela lama foi escorrendo.
Morto, caiu  no chão, com todo jeito,
E ali perto das ruínas do casarão,
Aos poucos foi morrendo.

Infeliz algoz da maldade.
No outro dia corria nas manchetes,
Por toda a cidade,
A noticia de boca em boca, 
Tristeza e comoção,
Na primeira página anunciava,
"O suicida do Casarão"...

Nenhum comentário:

Postar um comentário