quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Quando Sopra o Minuano-Minuano-A Imembuí (parte IV)


Ao ouvir aquelas palavras, que Acangatú, falava enquanto recuperava o fôlego, Imembuí, descobriu que um daqueles Morotins que planejavam atacar as aldeias, era quem viria para lhe amar, assim como ela o amava desde sempre, mesmo nem lhe conhecendo, mas mesmo assim amando intensamente.
Seu pensamento agora lhe projetava a imagem daquele homem desconhecido, mas agora misteriosamente projetada em sua mente, fazendo-lhe assim brotar um sorriso que talvez nunca havia lhe ascendido no rosto.
Seu pensamento nadava longe, nem ela mesmo sabia onde, mas logo fora puxado para a realidade, por Acangatú que lhe chamou:
“-O que aconteceu com Imembuí, não precisa ficar assustada! Se todos das duas tribos se juntarem, iremos conseguir vencer os homens brancos !, dizia ele segurando Imembuí pelos ombros.
“-O que disse? Atacar? Quem?” disse ela meio que desconcertada pela surpresa que aquelas palavras que seu prometido dizia.
“-É melhor se esconderem, tu, tua mãe e Anitam, para não correrem perigo quando estes malditos atacarem!” falou ela ao entrar na casa do cacique da tribo vizinha.
Então ao entrar na casa, Acangatú, vê Yboquitã saindo duma das peças da residência indígena, e Anitam que se escondia atrás de sua mãe.
Imembuí, meio que fora de si, continuava na porta com os olhos brilhando. Nem sabia do perigo que corria.
Sem que Yboquitã perguntasse nada, Acangatú foi logo dizendo sobre o que havia ido fazer ali:
“-Yboquita precisa dizer a Acangatú onde está Apacani, os morotins pretendem atacar as aldeias e roubar os cavalos e as mulheres!”, disse ele apontando o indicador á montanha onde os tropeiros estavam.
“-Por Tupã, não digas isso, há anos que esses morotins não nos atacavam!”, falou Yboquitã, podo suas mãos no rosto, em sinal de preocupação.
Anitam arregalou seus olhos e se dirigiu em direção á Imembuí, que antes mesmo dela chegar perto, saiu de dentro de casa, admirando o Sol, que estava atrás de uma nuvem, num desses mormaços que fica após a chuva no verão. Não se importava comais nada, nem havia escutado direito o que Acanagatú havia noticiado, nem se quer se importava com o Sol, nem com nada mais. Continuava a caminhar dentro da aldeia e logo saiu desta, continuando a caminhar pela beira do Itaimbé , admirando a paisagem que agora lhe parecia totalmente diferente, aquela paisagem que sempre conviveu desde criança.
Apacani estava ensinando á alguns jovens da sua aldeia a domar os cavalos selvagens que tinham na tribo, estes presos em uma espécie de mangueira rudimentar, no meio de algumas árvores.
Passava seus ensinamentos que recebera de seu pai, quando menino., e agora repassava aos jovens  de sua aldeia. Tinha que passar seu conhecimento aos filhos de outros habitantes da aldeia já que não teve nenhum filho homem.
Anitam, logo após oferecer água á Acangatu, levou este, á pedido de Yboquitã, até onde  estava Apacani. Anitam, mesmo preocupada pelo possível ataque dos morotins, ficava envergonhada de ficar ao lado de Acangatú, mesmo que por alguns minutos.
Ao mesmo tempo que eles se dirigiam até Apacani, ainda dentro da aldeia, Imembui seguia sua caminhada pela margem do riacho, destraída, com o pensamento longe.
Logo alí adiante estavam Rodrigo e seus homens, atrás de um dos montes, não fazendo muito barulho ou alarde para não darem pistas sobre sua presença alí.
Rodrigo sabia que atacar aquelas tribos seria cruel e desumano, mas que podia ele fazer para impedir isto?
A única coisa que lhe confortava era tocar sua viola que trazia desde São Paulo e dela tirava belas notas em seus momentos de solidão e tristeza. Aos poucos, lentamente, foi tirando nota por nota daquelas cordas de sua viola, e estas foram ecoando por dentro daquela mata virgem, onde o raios do Sol, se misturavam as plantas, formando uma belíssima imagem.
Continuava Imembuí a caminhar até que aquele som nunca antes escutado, lhe soou aos ouvidos. Que som seria aquele? Que bela melodia era aquela, que lhe agradava tanto aos ouvidos?
Como se estivesse hipnotizada por esse som, suas pernas criaram vontade própria e a levaram  como se estas tivessem vontade próprias. Foi indo e indo, não sabia ao certo de que se tratava, mas aquele som á seduzia e a encantava.
Foi indo, indo, pelo meio da mata, até perceber que ali havia mais pessoas, certamente homens brancos. Parou ali atrás de um pé de figueira, e notou que um homem tocava uma coisa que ela não sabia o que era. Ao ver aquele homem seu coração disparou, como nunca tinha batido, numa velocidade de um cavalo selvagem que galopa numa campina verdejante numa tarde de primavera. Seu sorriso havia resplandecido, de uma maneira que nunca ela imaginou que pudesse ser. Era ele seu grande amor, aquele morotim, mas uma única duvida lhe pairava a mente: Poderia ser este do bando que pretendia atacar as aldeias?
Ao pensar nisso, deu-se de conta do perigo que corria, e foi se afastando dali, antes que um desses homens lhe visse.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A noiva de Garibaldi, parte 1

Manuela Amália Ferreira, fotografia do século XIX.

                                           
“E coube somente a min, contar essa história pontuada de heróis, da qual eu vivi desde início e soube esperar até o fim, aquecida por minha grande paixão por Garibaldi”
-Manuela Amália Ferreira

Nascida em Pelotas em 08 de julho de 1820, Manuela Amália Ferreira, passou a história conhecida como a “Noiva de Garibaldi”.
Filha de Francisco de Paula Ferreira e de Dona Maria Manuela de Meireles, sendo esta sobrinha de Perpétua da Costa Meireles, mãe do General Bento Gonçalves da Silva, futuro presidente da República Rio-Grandense.
Seu registro de batismo data de 20 de agosto de 1820, no Bispado de Pelotas.
Manuela viveu na companhia de seus pais e seus três irmãos em Pelotas até meados de 1835, quando sua família se envolveu num dos fatos históricos mais convulsivos desta terra: A Revolução Farroupilha.
Seus pais assim como a maioria da população da época acabaram ficando do lado dos Farroupilhas.
Partiram para tomar Porto Alegre, então capital da Província, que estava descontente com a situação econômica que se encontrava. O preço do charque produzido nas charqueadas era bem menor que o charque produzido no Uruguai e outros países, onde ao entrar no Brasil, pagava baixíssimos impostos, bem mais baixos que os que os do Rio Grande do Sul pagavam.
Em 20 de Setembro de 1835, liderados por Bento Gonçalves e Onofre Pires, os revoltosos invadiram Porto Alegre e depuseram o Presidente da Província, Antônio Rodrigues Braga, que foi obrigado a deixar o poder e fugir de barco até Rio Grande, no sul da Província.
Manuela, suas irmãs, sua mãe, Dona Cayetanna, e seus filhos estavam morando juntas em Pelotas, e ao saberem do início da Revolução, decidiram fugir de Pelotas, uma vez que a cidade se manteve fiel ao Império durante toda Revolução.
O lugar escolhido para refugiarem-se foi a Estância da Barra, de propriedade de Dona Anna Joaquina Gonçalves da Silva, irmã do General, ás margens do Rio Camaquã, sendo um local de difícil acesso.
Viveram todas em total isolamento durante a Revolução, sabendo do que se passava somente por meio de cartas, mascates que pernoitava na Estância, ou quando seus parentes vinham até a propriedade.
Em 11 de setembro de 1836, é proclamada a “República Rio-Grandense”, sendo sua primeira capital a cidade de Piratini.
Na noite de 3 de outubro de 1836, os Farroupilhas decidiram voltar até o sul, mas graças a traição de Bento Manuel Ribeiro, foram surpreendidos da Ilha da Fanfa, provocando a prisão de muitos dos líderes da Revolução tais como Bento Gonçalves, Onofre Pires, Tito Lívio Zambeccari, Pedro Boticário, José de Almeida Corte Real, e José Calvet. Mais de 100 mortos nessa Batalha, sendo que maioria era Farroupilha. O pai de Manuela conseguiu se salvar e com os demais voltaram até Camaquã.
Bento Gonçalves foi mandado até a Prisão de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, onde foi visitado por sues três filhos, Bentinho, Caetano e Joaquim, o prometido á Manuela.
Em sua cela, no Rio de Janeiro, Bento Gonçalves conhece um corsário italiano:
Giuseppe Garibaldi, o qual havia sido exilado na Marselha, na França, após ter se envolvido com a “Carbonária”, a qual era a favor da Unificação Italiana.
Bento concedeu á Garibaldi uma carta de Corso, a qual dava á ele o direito de atacar e prender as embarcações imperiais em águas da República.
Juntamente com seu companheiro, Luiggi Rossetti, vieram para o sul, onde foram encarregados de construir barcos, os quais seriam usados para constituir uma frota para os Farroupilhas.
Antes de chegarem, atacaram um navio austríaco, o “Mazzini”, o qual foi rebatizado de “Farroupilha”.
Garibaldi foi preso em águas uruguaias, sendo transferido preso para a Argentina, e algum tempo depois foi solto.
Manuela sabia que ele estava por vir até seu encontro, segundo ela mesmo escreveu em seus diários.
A partir de abril de 1839, Garibaldi e marinheiros vindos de Montevidéu, estavam dedicados á construção de barcos num estaleiro pouco distante da sede da Estância da Barra, onde os revoltosos foram atacados por Francisco Pedro de Abreu, o “Moringue”, sendo a vitória dos Farroupilhas.
Já no fim da vida, Garibaldi ditou á Alexandre Dumas suas memórias onde cita em uma pequena nota íntima: “Nós celebrávamos a vitória, gozando do fato de termos sido salvos da tempestade. Na sede da estância, á 12 milhas dali, uma virgem empalidecia e rezava pela minha vida; mais doce que a vitória, me surpreendia à notícia. Sim. Belíssima filha do Continente, e eu era orgulhoso e feliz de te pertencer, fosse como fosse. Tu destinada a ser mulher doutro! A min a sorte reservava outra brasileira!”.
A virgem era Manuela...
Ao conhecer Garibaldi, a jovem de 20 anos se apaixonou, sendo só seu, dele e de seus diários o conhecimento desse amor. Esse encontro se deu num baile oferecido por Dona Anna para comemorar as sucessivas vitórias da Frota de Garibaldi, contra a Frota Imperial.
Neste meio tempo, o pai de Manuela morre num confronto com os imperiais, ou os “Caramurus” como eram conhecidos por a população da Província.
O luto se abateu sobre a família de Manuela, e ela sofria em silêncio a dor de não ter o seu amado ao seu lado neste momento.
Os encontros tinham de ser ás escondidas, uma vez que sua mãe era rigorosa na educação das três filhas, além do fato de Manuela estar prometida á Joaquim, o qual ela nutria um amor de irmão.
Além do fato de Manuela estar apaixonada por um homem “Sem eira nem beira”, Rosário, a irmã mais nova de Manuela, estava apaixonada por um fantasma de um soldado uruguaio, que lutava ao lado dos Imperiais.
Ao descobrir de paixão de Manuela por Garibaldi, sua mãe preferiu trancar a filha no quarto para evitar que ela se encontrasse com ele.
Sua mãe estava em dúvidas, pois não queria a filha casada com um aventureiro estrangeiro, e então decidiu deixar a decisão á Bento Gonçalves.
Garibaldi e Manuela continuaram a se mandar poemas e bilhetes por meio de peões da Estância.
Quando Bento voltou á Estância da Barra para rever sua família e ver os barcos que Garibaldi e seus homens haviam construído, Garibaldi se encheu de coragem e decidiu pedir a mão de Manuela ao Presidente.
Seriam dois barcos, o Farroupilha e o Seival, usados para atacar a cidade de Laguna, ne Província de Santa Catarina, onde seria feito um porto marítimo para a República.
Ao saber das intensões do Corsário com a moça, Bento pensou, pensou, mas a negativa veio como algo já esperado pelo italiano. Como uma moça criada para ser mãe, uma moça criada com toda educação, bons costumes, e que mal sabia pegar numa arma poderia acompanhar um guerreiro como Garibaldi numa Batalha?
Mas o amor que ele sentia por ela fez com que ele não contasse sobre o não do Presidente ao seu pedido.
Alguns dias após o ocorrido, Garibaldi mais uma vez tentou o sim do Presidente. Mais uma vez a resposta foi não.
Ao entender os motivos de Bento, Garibaldi teve de se conformar. A única coisa que pediu foi um papel e uma caneta para escrever uma carta para sua amada.
Era a hora de partir. Garibaldi despediu-se de Dona Antônia, a confidente do casal, e de todos as outras senhoras que tão bem lhe acolheram em suas residências.
A última pessoa quem Garibaldi se despediu foi de Manuela. Ela ainda tinham esperanças de que Bento havia aprovado seu namoro com o italiano.
Triste por ter que deixar sua amada para sempre, Garibaldi se despediu de Manuela em frente á estância e apenas deixou uma carta que ele pediu que ela abrisse quando já estivesse longe dali.
Ao ler o que ele havia escrito, seus belíssimos olhos azuis se encheram de lágrimas, mas ela não havia perdido as esperanças de que ele voltaria depois que tomasse Laguna para buscá-la.
Seguiam-se dias e dias de espera, a guerra ia de mau á pior para os Farrapos, e a mãe de Manuela agora achava que suas duas filhas haviam enlouquecido.
Rosário, completamente desequilibrada mata Regente, o cachorro de Manuela com um punhal. Vendo que sua filha oferecia perigo ás demais pessoas da família, trancou sua filha em um convento.
Ao contrário de Rosário, Manuela, vivia o dia trancada em seu quarto, escrevendo ou na beira da janela, esperando seu amado voltar e lhe buscar.
Garibaldi, General Davi Canabarro, John Griggs, Luiggi Rossetti, e alguns peões das estâncias da família Gonçalves da Silva, partiram em meados de junho de 1839, por água onde foram atacados pela de John Grenffel, a serviço do Império, a qual foi  vencida pelos homens de Garibaldi.
Foram navegando pela Laguna dos Patos, até o Rio Capivarí, onde depois, os navios foram levados em cima de lanchões, puxados por cerca de cem juntas de bois, durante cerca de 90 km até chegarem á Lagoa Tomás José, no dia 11 de julho de 1839. No dia 13 de julho de 1839, lançaram-se ao mar, rumo á Laguna.
Na costa de Santa Catarina, na foz do Rio Araranguá, uma tempestade afundou o Farroupilha, no qual estava Garibaldi, que milagrosamente se salvou.
Paralelamente á isso, Joaquim decidi conversar com Manuela e lhe pede sua mão em casamento. Manuela nega-se á casar-se com o primo e diz que irá esperar por Garibaldi para sempre. O primo entristecido e louco de amores pela bela moça, decidi voltar Guerra junto de seu pai.
Ao chegarem a Santa Catarina, os homens que conseguiram sobreviver ao naufrágio do Farroupilha, juntos aos tripulantes do Seival, uniram-se ás tropas do General Davi Canabarro, invadido a cidade pela Lagoa de Garopaba Sul, onde surpreenderam uma brigue-escuna imperial, a “Cometa”, que conseguiu fugir pelo mar.
Garibaldi contava com 32 anos na época da tomada de Laguna. Chegando lá em meados de julho de 1839, a bordo da “Itaparica” Garibaldi observava da longe, com uma luneta as casas em Laguna, quando percebeu um grupo de moças que passeava, mas uma em especial lhe chamou a atenção. Ao chegar em terra firme a procurou, mas não á encontrou.
Tinha perdido a esperança de encontrá-la, quando um habitante local o convidou a ir a sua casa para um café. Garibaldi aceitou e na casa encontrou a jovem que procurava. Assim Garibaldi relata o encontro em suas memórias: "Entramos, e a primeira pessoa que se aproximou era aquela cujo aspecto me tinha feito desembarcar. Era Anita! A mãe de meus filhos! A companhia de minha vida, na boa e na má fortuna. A mulher cuja coragem desejei tantas vezes. Ficamos ambos estáticos e silenciosos, olhando-se reciprocamente, como duas pessoas que não se vissem pela primeira vez e que buscam na aproximação alguma coisa como uma reminiscência. A saudei finalmente e lhe disse: 'Tu deves ser minha!'. Eu falava pouco o português, e articulei as provocantes palavras em italiano. Contudo fui magnético na minha insolência. Havia atado um nó, decretado uma sentença que somente a morte poderia desfazer. Eu tinha encontrado um tesouro proibido, mas um tesouro de grande valor”
Em 20 de outubro de 1839, Anita decide seguir Garibaldi, deixando para trás seu marido bêbado, que a batia com frequência, subindo a bordo de seu navio para uma expedição militar.
Em Imbituba recebeu o batismo de fogo, quando a expedição corsária foi atacada pela marinha imperial do Brasil. Dias depois, em 15 de novembro, Anita confirma sua coragem sem fim e seu amor heroico a Garibaldi na famosa batalha naval de Laguna, contra Frederico Mariath, na qual se expõe a um grande risco de morte, atravessando uma dúzia de vezes a bordo da pequena lancha de combate para trazer munições em meio a uma verdadeira carnificina. Anita também combateu ao lado de Garibaldi em Santa Vitória. Depois passou o Natal de 1839 em Lages.
Era definitivamente o fim do romance de Garibaldi e Manuela.
Lembrava-se de Manuela sim, mas como uma bela recordação, algo intocável em sua memória. Agora tinha ao seu lado Anita, a brava mulher que lhe acompanhava nas batalhas.
Anita morena, da pele macia, amante de noite, soldado de dia, um filho num braço, no outro um fuzil ( trecho da música de Marlene Pastro, Anita Morena)

Ao chegarem a Santa Catarina, os homens que conseguiram sobreviver ao naufrágio do Farroupilha, juntos aos tripulantes do Seival, uniram-se ás tropas do General Davi Canabarro, invadido a cidade pela Lagoa de Garopaba Sul, onde surpreenderam uma brigue-escuna imperial, a “Cometa”, que conseguiu fugir pelo mar.
Vários foram os combates por terra e por mar, até novembro de 1839.
O governo imperial mandara cerca de treze navios, sob o comando do General Andreah e do Almirante Frederico Mariath, mas os homens de Garibaldi, contando apenas com cinco navios, menos equipados, conseguiram furar o bloqueio imperial. Depois de horas de batalha, a superioridade bélica da marinha imperial, se impôs sobre a pequena marinha farroupilha. Era o fim do sonho de um porto marítimo para os Farrapos.
Uma das últimas batalhas em solo catarinense foi a Batalha de Curitibanos, nas qual a cavalaria Farroupilha foi praticamente dizimada, e onde Anita, já ciente de sua gravidez, foi feita prisioneira dos imperiais, e Garibaldi ferido, sendo levado para a cidade de Vacaria, já no Rio Grande do Sul.
Da vida de Manuela se sabe pouco nesse período de 1839-1841, certamente vivia na estância, junto de suas familiares, junto de seus diários, contando sobre a Revolução, e seu desgosto de saber que seu amado havia se unido á Anita, não por casamento, mas pelo amor.
Rosário havia enlouquecido de amores por um oficial caramuru, que havia conhecido em Pelotas, e que havia morrido. Sua mãe a queria confinar em um convento, mas antes que sua mãe pudesse fazer isso, a jovem moça tirou sua própria vida com um punhal, nos fundos da charqueada da estância.
O luto novamente se abateu sobre a família.
Mariana a outra irmã de Manuela, também causava preocupação em Dona Maria Manuela: havia se apaixonado por um índio que era peão na estância. Meses depois veio a notícia de que Mariana estava grávida de João Gutierrez.
Sua mãe então lhe trancou no quarto e planejava lhe dar um chá abortivo, mas uma das criadas da estância percebeu, e avisou Dona Cayetanna, que conseguiu impedir que ela bebesse o chá .... 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Fotos de família 4 ...

Edelvira Gonçalves da Conceição.

Maria Vitória de Castro Ferreira, Santana do Livramento.

Maria da Conceição de Oliveira Farias, 3º distrito de Piratini.

Edith de Oliveira Farias, aos 12 anos, 3º distrito de Piratini.

Manoel Ignácio Pinheiro, João Francisco da Conceição e soldados.

Ignez de Castro Ferreira da Conceição e Manoel José da Conceição, Piratini, 1879.

João Ignácio Pinheiro e seus médicos.

Família de Manoel José da Conceição e Ignez de Castro Ferreira da Conceição, década  de 1880.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Fotos de família 3...

Luiz Catão Réggio Pinheiro, Manoel Ignácio Pinheiro, Rui Régio  Pinheiro, Walter Pinheiro Duarte, Alven Pinheiro Duarte, Militão e Ivo Duarte, Cerro do Ubaldo, 1° distrito de Piratini.

Joseffa de Oliveira Farias, Edith Farias Pinheiro, João Francisco Pinheiro e Manoel Ignácio Pinheiro, Piratini, cerca de 1937.

Francisca da Conceição Crespo, século XIX.

Margarida Ignácia Pinheiro, Antônia Ignácia Pinheiro e o Capitão João Ignácio Pinheiro, foto da época da Guerra do Paraguai.

Quando sopra o Minuano- Minuano - A Imembuí(parte III)


“-Vosmecê já está pensado em atacar aquela aldeia índia?”, perguntou Fernão.
“-Me diga então, necessitamos de mais cavalos, e mulheres para nosso “divertimento”, diz Miguel.
Rodrigo, não era desses homens de roubar as coisas alheias, muito menos de violentar mulheres, sendo elas índias, ou mulheres brancas, mas a necessidade de novos cavalos o fazia pensar melhor na proposta de Miguel.
Seria um bom lucro para Rodrigo, para todos, porém havia uma coisa. Era pessoas que tinham aqueles cavalos, sim pessoas, mesmo não sendo civilizados eram pessoas, tinham tido de se esforçar para prender aqueles cavalos que os primeiros jesuítas haviam trazido da Europa para a América, cavalos este  que que se tornaram selvagens , depois de terem fugido das Reduções no norte da Capitania. E então seria um crime lhe roubar estes animais. Mas se Rodrigo fosse contrário a vontade de Miguel e dos outros, que ao descobrirem da existência dessa tropilha e ainda mais dessas virgens índias, seria inútil, pois eram em número maior.
“-Ao cair da noite, nos atacamos os índios, avise os outros e preparem a munição ...” falou com os olhos baixos Rodrigo.
Rodrigo levanta a abertura da barraca e sai para a rua para enrolar um fumo, que trazia na guaiaca.
“-Entonces, se assim que vosmecê quer os façam. Eu vou embuchar a pistola ...” disse meio contrariado Miguel, passando a mão na pistola.
Feliz pela aceitação de Imembuí, Acangatú, saiu de sua tribo e foi até o riacho pescar uns peixes para levar a sua prometida, quando ao chegar ao riacho, avistou atrás do morro, fumaça, que ao vê-la, logo percebeu que se tratava de mais um bando de “Morotins”, ou seja, homens brancos.
Haviam muitos anos que os Morotins não paravam para descansar no pé daqueles morros, ou á beira do Itambé, e por isso deixou suas armas de pesca no meio de uma vassoura e decide ver isso de perto, pois  temia por sua aldeia e principalmente por a vida de sua amada. Sabia que por qualquer motivo os homens brancos podiam atacar seu povo.
Acangatú seguiu por o meio das árvores que rodeavam o monte, e aos poucos foi se aproximando das barradas improvisadas que os tropeiros haviam feito para se protegerem do temporal que havia caído.
Por o meio das árvores, ele conseguia ver os homens brancos ajeitando suas armas.
Pelo pouco que entendia do idioma dos Morotins, Acangatú consegui entender quando um deles disse ao outro:
“-Iremos nos dar muito bem, afinal, lá tem bastantes cavalos e mulheres! Ha Ha Ha! A noite vai ser boa!” disse um dos ajudantes de Rodrigo ao outro e soltando um gargalhada .
Sim! As aldeias estavam ameaçadas! Aqueles malditos iriam atacar e roubar os cavalos e mulheres que lá haviam!.
Sem fazer barulho algum, o jovem guerreiro fez uma volta no monte e entro na aldeia Minuano correndo, a fim de avisar Apacani, sobre o risco que sua tribo estava correndo.
A primeira pessoa que ele avistou ao entrar na tribo, foi sua amada Imembuí, que estava parada encostada na porta e ao perceber que ele corria em sua direção, olhou-o com um olhar admirado, de quem não esperava sua chegada.
“-Acangatú por aqui, veio me trazer peixes ou outra caça?”, falou a índia com seu belo sorriso no rosto.
“-Bem que Acangatú queria, mas tenho que falar com Apacaní, os Morotins vão atacar nossas tribos!, disse ele recuperando o fôlego, a porta da casa de Apacani.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Fotos de família 2

Família de Adriano Eudóxio de Farias e Universina  Elena de Oliveira Farias, Piratini, 1932.

Família do Tenente-Coronel João Ignácio Pinheiro e de Ignez de Castro Ferreira Pinheiro, Piratini, 10 de outubro de 1911.

Fotos de família ...

Adriano Eudóxio de Farias, fotografia de Manoel Corral, Piratini.

Isabel Chaves Pereira, esposa do Alferes Bernardo Alves de Castro , um dos maiores estancieiros de Piratini.

Alice Pinheiro Duarte, Marieta Ignácia Pinheiro e  Elvira Ferreira Pinheiro, 1917, Piratini.

Alice Pinheiro Duarte, João Francisco da Conceição e Walter Pinheiro Duarte, 1917, Piratini.

Ernéssia Ferreira de Carvalho e filhos, Taquarembó, Uruguai.

José Ignácio Pinheiro, início do século XX, Piratini.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A Rosa


                                         “A Rosa”
A rosa, rainha das flores, é sustentada por uma haste cercada de espinhos.
No entanto, nenhum desses espinhos consegue amedrontar nem machucar a beleza e o perfume da rosa.
Seja assim você também.
Não deixe que as dificuldades consigam machucar a beleza da sua vida.
Antes, faça como a rosa.
Mantenha a sua vida sempre acima de todas as dificuldades.
Não se impressione com as pedras no caminho, sejam elas grandes ou pequenas.
Pouco importa.
Pés no chão, fronte no infinito, continue sua caminhada com passos firmes.
Cada dia você poderá sentir-se mais forte e feliz!

Autor desconhecido