segunda-feira, 21 de abril de 2014

Eu, o amor.

Sou a gota do orvalho, segurando na ponta da folha.
Sou a armadura do soldado,
A coberta do desabrigado
Sou aquilo, sou isto.
Sou o tudo, sou o nada.
Sou aquele que foi negado.

Sou a ilusão do tolo
A realidade do cético.
O ouro do ambicioso
A água do mar.
Sou a chama da vela
Sou o Sol vertiginoso.

Sou a pergunta do curioso
Sou a curva dessa estrada.
Sou o que é
E o que foi.
Sou o vício do perdido
A cura tão esperada.

Sou o princípio
E também o fim.
O certo e o incerto.
Sou o todo
E o nada.
Sou o impalpável
Mas também o concreto.

Sou duas metades de um só.
Sou mão
Que desata o nó.
Sou o que explode de alegria
E o que de saudade rasga um coração.

O amor sou eu
E sou eu o amor.
Esse é meu

E também é teu.


Erasmo Pinheiro, Piratini, 21 de abril de 2014.