domingo, 28 de julho de 2013

Açorianos.

Pelos lusitanos céus
Revoava o açor.
Logo mais nomeava os nove ilhéus,
Renomados de esplendor.

Encheu-se de boa gente,
Com muita fé e devoção.
Assim, surgia no Faial.
Dentre todas as freguesias,
A de Cedros e a do Salão.

De terras recém-descobertas,
Ao sul do novo continente,
Os seus colonizadores julgavam desertas,
Mas por índios habitadas,
Para garantir a posse eminente,
A Coroa Portuguesa resolve,
Trazer para cá
48 casais açorianos,
E anos depois mais 19.

Atravessando o oceano
Dentro de naus,
Pedindo ao Pai Celeste,
Que os livrassem de todos os maus,
E rogando a São Pedro
Rumaram para a Serra do Sudoeste.

Erasmo Bonotto Pinheiro Crespo, Piratini, 28 de julho de 2013.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Lugares por ai...

 Seguem abaixo algumas fotografias feitas por mim; Uma das minhas paixões é sair por ai com uma câmera tirando foto de lugares que eu gosto e considero magníficos!

Esta foto acima, retrata uma  paisagem do 3° distrito de Piratini, mais especificamente o lugar denominado "Pedregal" do alto de um cerro, e foi tirada em fins de abril de 2013. 
Outra foto do Pedregal, no mesmo dia e mesmo local da foto anterior.

O Cerro do Cunha, ainda no Pedregal, fotografia de fins de abril de 2013.

Trilhos de uma antiga ferrovia em Arroio Grande. Fotografia de março de 2012.

Amanhecer de inverno no 1° distrito de Piratini, nas redondezas do Cerro do Sandi. Tirada no mês de junho de 2012. Ao fundo nota-se a sede da cidade de Piratini.

Vista do Rio Camaquã, na divisa dos municípios de Santana da Boa Vista e Piratini. Fotografia tirada em junho de 2012.

Casal de Periquitos, no jardim de minha avó. Fotografia de 2013.

Vista do Cerro do Conceição, no 1° distrito de Piratini.

Mangueira de Pedra, construída por escravos, no 1° distrito de Piratini.

Pedra da Bacia, no alto do Cerro do Conceição, no 1° distrito de Piratini. Usada como local onde os fugitivos da Revolução de 1923 se escondiam de tropas inimigas. 

Piratini vista das cercanias do Cerro do Sandi, no 1° distrito.

Cachoeira seguida por um lago, em uma sanga no 3° distrito de Piratini, Pedregal.


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Queria Ser.

Uma bela ave queria ser,
Que plaina pelo ar.
Mas uma ave morre junto ao amanhecer,
Depois de suavemente cantarolar.

Uma pétala de jasmim queria ser,
Que perfuma o teu jardim,
Mas uma pétala, junto da flor vai morrendo até desaparecer,
Ao mesmo tempo em que reportas teu olhar a mim.

Uma onda do mar queria ser,
Que reboja pela praia.
Mas esta é feroz no alvorecer,
E da moça praiana, rasga a saia.

A alva Lua queria ser,
Que ilumina as noites de verão.
Mas a Lua tem de morrer para o Sol poder nascer,
E fica escondida na distante imensidão.

O teu amor queria ser,
Para regar minha vida de alegria.
Mas o teu amor não posso ser,
Renegas o meu sentimento com uma negação tão fria.

sábado, 20 de julho de 2013

Tempestade.

Minhas mãos passeiam por meus cabelos
Meus olhos vagueiam no nada.
Procuras sós tu,
Meus negros olhos
Com cor de caramelos.
Virtuosa e
Triste trovoada.

Loucura desenfreada,
Nada de pacífico.
Mar em fúria.
Mas que coisa tresloucada!
Com um toque magnífico,
E também um resquício de luxúria.

Tempestade intempestiva,
Uiva na vidraça
De meus olhos.
Quase explosiva,
Mas evito tamanha desgraça.
Controlo-me,
Reprimo-me.

Raios cortam-me o inebriado sentimento,
Tormentas sacolejam meus pensamentos.
Ventanias quase me arrastam para julgamento,
De meus próprios pensamentos.
Chuvas torrenciais levam para o nada,
E nestes momentos
É que percebo,
O quão és desalmada.

Estas a salva em um lugar seguro,
Mas eu não,
Apaixonei-me, estou no escuro,
Sem razão.
Tempestade que parece não cessar
Vais me torturar até quando?
Essa é a questão do meu cantar,
Mesmo bem no meio dessa tempestade,
A qual só desafio com bravura,
Pela minha outra metade.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Inverno

Frio silencioso que gela minha pele,
Não chega lá dentro de mim,
A barreira de sobriedade o impele.

Vagando lentamente o erro
Suspeito de tanto tentar
Calar e consentir,
Quebrar tão forte ferro
Gritos de solidão...

Inverno.
Lento e doloroso,
Mas ao mesmo tempo tão terno.
Do vento choroso,
Assovios na imensidão.
Faz-nos pensar,
O quanto é linda a primavera.
Repensar,
O quão sedutor é o verão.

Meio termo,
O outono,
Regado á sereno.
Quase um irmão do inverno,
Este mais amável,
Sem aquele gosto terrível de inferno.

Paisagem de musgo verde,
Ou de cinza bucólico.
Que passam as horas
Mas não muda o repertório.
Mesmas imagens sem expressões,
Tão empalidecidas,
A ponto de submissões,
Desguarnecidas.

Chuva congelante
Que nosso semblante, o faz
Parecer deselegante,
E um tanto fugaz.

Neblina densa e constante
Paira na paisagem
E faz-me pensar
Que detrás dessa manta cinzenta
Pode recobrir tua imagem.

Inverno.
Fonte dos poetas apaixonados
Buscando o âmago da sua existência,
Dos poemas alados
Daquele que busca na poesia sua subsistência.
Das infinitas noites mal dormidas,
E dos dias ditosos.
Das feridas adormecidas,
De pesadelos custosos.

Os dias
De suplício amargo,
Onde só a caneta companhia me fazia
E nada mais ao largo,
Do meu escuro recinto.
Sarjeta sombria
Onde por covardia,
Jamais sairei.

Veremos se a aguentarei a solidão
Ou quem sabe,
Morrerei de paixão.
E daqui só sairei,
Dentro de um caixão.

domingo, 14 de julho de 2013

A última poesia.

A última poesia...
Com o resto de inspiração que tenho,
Depois te mais uma vez ter meu coração despedaçado,
A dor por meio de estas palavras demonstrarem que tenho,
Ainda um coração, um encouraçado.

Tua voz, que antes era uma doce melodia,
Depois de tuas maldosas palavras,
Hoje em dia,
Não passam de palavras vazias.

Pensei que fosses te sentir feliz por alguém te amar tanto,
Mas não.
Sentiu nojo e desprezo,
Mas eu não reagi com espanto,
Não queria aceitar.

A última poesia...
Carregada de dor,
Mas também
De ardor.
Vai ser a minha última,
Pois não tenho o combustível
Do amor.

Sim, necessitava de alguém para ser minha inspiração!
E era tu...
Tu que nunca vai dar o merecido valor,
Para essa minha inquietação,
Esse tão forte sentimento
Do fundo de meu coração.

Acabaram-se as esperanças, os dias incontáveis,
As longas esperas,
As noites inconsoláveis.
Acabou a admiração,
Entrou-se tudo em exaustão.

A última poesia...
Com o que restou de mim,
Depois de um massacre,
Chegou ao fim
Minha inspiração.
Secou a fonte,
Secou minha alma.
Mas agora sim
Consigo ter calma.

Era não minto,
A luz do meu caminho.
Mas a luz se apagou,
E agora no escuro continuo sozinho.
Perdido como antes...

Embarquei novamente no barco da solidão,
E vou velejando aos poucos sem rumo,
Em direção á escuridão.
Tenho que voltar
A viver sem razão.

A última poesia...
Minha última súplica.
Assim que aos poucos meu amor,
Por ti se desfazia,
Como um nó
Daqueles bem apertados,
Que me mantinha vivo por si só.
Meu coração
Sangrava e tu nem te importavas,
Mas se fosse ao contrário,
Daria-te meu coração
Para que não sofresses tão grande desilusão.

Agora, depois de aceitar os fatos,
Vou enterrar meus sonhos,
Numa cova bem profunda.
Queimarei teus retratos,
Tuas cartas, junto de teus olhos risonhos.

A última poesia...
Carregada de rancor,
De incertezas, por certo,
Mas também de destemor.
Vai se degradando,
Lentamente
Se definhando.

Agora, só me resta implorar aos céus para te esquecer
Sim,
Pelo menos tentar,
Sufocar este sentimento que meu peito fazia-se aquecer.
Somente levar as boas lembranças,
Que ficarão no caminho,
Como uma lança,
Que vai me ferir até a morte.
Mas a ti não,
Por sorte...

A última poesia...
Vai ser esta,
Mas juro que não queria,
Perder esta minha última alegria.
Não posso relutar para sempre,
É o destino,
Que não me guarda uma festa,
Mas sim um pesar infinito...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Adeus

Dizer adeus
Nunca queremos
Nem coisa de cristãos, nem de ateus,
Nem quando, nem como sabemos.

A saudade
De quem nos faz falta,
Na alma faz covas
Dilacera, destrói.
Mortifica
Consome, corrói.

Faz o homem ser fraco, impotente,
Diante de tamanho sofrer,
De não ter ao seu lado
Seu bem querer.
Se fosse fácil a partida,
Quando a dor se impregna,
E transborda pelos olhos,
A alma fica derretida.
O sal da verdade,
Ver quem se ama
Ficar a doce imagem no triste reflexo,
 Da saudade.

Vai indo tu em direção a um denso nevoeiro,
De repente sinto em meus olhos,
Um incurável argueiro.
Tu somes, como um fantasma, uma miragem
Algo surreal.
Só eu nesta triagem,
Tu acima do bem e do mal,
Vai embora, para tão longe...

É inevitável eu sei,
Tua partida.
Mas se eu pudesse prender dentro de mim
Tua imagem me dizendo qualquer coisa que fosse,
Reviveria todos os dias de minha vida,
Até o meu fim.
Juntaria as cinzas de meu coração,
Guardaria dentro de uma caixa,
E somente a ti daria com tamanha emoção!
Não importa o tempo que for,
Eu esperarei tua volta,
E lhe oferecerei de novo todo meu amor.

Confio que o vento trará teu aroma de flor silvestre até mim,
E despertará meu viver
Num só estopim.
Mas por vezes vejo que não é simples assim,
Não sou nem serei tão importante para ti com tu és para mim.
Mas em fim,
A saudade tua se põe com todo seu peso,
Sobre mim,
E meus ombros não são fortes para aguentar,
Por vezes sinto
Que vou fraquejar,
Não lhe minto,
É assim mesmo a saudade!

Que os bons ventos da primavera te tragam de volta,
Mas que desta vez, fiques aqui,
E tua chegada seja como Sol do alvorecer.
De toda alegria,
O renascer...

domingo, 7 de julho de 2013

De onde vem a inspiração?

De onde vem a inspiração?
Talvez ela emerja de teus olhos cor de terra.
Talvez bem do fundo de meu coração,
Onde nem eu conheço direito
Lugar de meus mais belos sonhos
Onde brota um amor desse jeito.

Eterno, não sei se será,
Mas sei que inda me conduz
Por um escuro mar de ilusões,
Tão grande este meu amor que a ti faz jus,
Navegam todas as mais irredutíveis emoções.

Toca-me
Ama-me
Conduz-me
Aviva-me
Eu poeta, tu poetisa.

De onde vem a inspiração?
Vem das lágrimas de orvalho das azedas manhãs de inverno.
Vem do não ver-te.
Do não saber-te.
Isto que transforma meu dia num inferno!
Ou talvez quem sabe da mais nostálgica modinha,
Filha do poeta saudoso,
Declamando a boa namoradinha
Um verso doloroso.

Vem ela junto com a dor,
O sofrer amargurado,
Daquele que não pode consumar seu amor.
Mas antes vale um coração cheio dele e feliz,
Do que cheio de inspiração e desolado.

sábado, 6 de julho de 2013

Poesia do Coração

"O amor deve repousar sobre seu apetite, mas não sobre sua fome"


Que disparate este meu amor por ti!
Como ousei me enamorar de ti?
Nunca me deste esta liberdade,
Foi aos poucos que o recebi,
E dentro do peito o prendi.

Este teu doce jeito,
Encantou-me.
Perece que não tens nenhum defeito!
É um ser de virtudes!
Habita meus sonhos,
E faz-me viver em plenitude.

Julgo não ter nenhuma outra pessoa, a ti semelhante
Nem tão pouco parecida
Deste teu puro semblante.

Este meu ardoroso desejo,
Prefiro que nem saibas.
Sei que podes agir com desprezo.
Ou quem sabe com um beijo...

Não sabes o bem que me faz,
De estar perto, nem que por poucos minutos sejam.
Faz-se um combustível de um fogo voraz.

Vivia eu, sem vida na escuridão,
Tu foste a luz,
De minha existência a salvação.
E para ti, com todo meu amor,
Meu coração,
Essa poesia compôs....

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Nosso Tempo


Lá vem mais um dia
Passava tão ligeiro,
Piscava meus olhos e lá se ia.

Desde que você, por perto de mim estivesse,
Já meu dia valia.
Por mais curto que fosse,
Nosso tempo.

Nasceu, cresceu e me habita
E não á nada que digam contra,
Só ouço meu coração dizer:
-Não desista!

Se tua presença fosse constante,
Nem o ar se faria ausente.
Meu coração, nesta gaiola de dor e amor é preso
E só ao teu lado sinto ele livre,
Quebrando amarras e correntes,
Faz-me voar! Faz-me viver!

Tomas-me como amigo, mais um,
Fazer mais que isso,
Sei que não podes.

Vem a doce brisa do final da tarde,
Acarinhar meu rosto.
Sinto tua presença,
Meu coração, em fogo arde.
Derrete em brasas meu coração de ferro,
Mas ao perceber que é ilusão, me encho de desgosto.

Lá no horizonte,
De repente tua imagem surge,
Pernas e mãos tremem
Minha vida, como uma Fênix, das cinzas ressurge.