sábado, 29 de junho de 2013

Tu

Tão doce, tão amargo.
Tão longe, tão perto.
Tão quente, tão frio.
Tão certo, quanto incerto.

Primeiro dia de Sol,
Foi-se a chuva fria.
Nada mudou tudo normal,
Você não me sentia.

Só poderia gritar com o olhar,
Talvez tu não entendas.
Nem minhas palavras,
A ti meu amor, podia pronunciar.

Isso vai me corroendo por dentro,
Mas também vai me aviventando.
És de meu universo o centro,
Mas nem sabes,
Nem saberás...

domingo, 23 de junho de 2013

Três casas, três histórias.

"Tapera dos Duarte"
Sua data de construção é incerta, porém os antigos donos acreditam que sua  construção foi antes da Revolução Farroupilha (1835-1845), sendo de propriedade inicial de Leonardo Vaz, este, anos depois, já em sua velhice resolveu mudar-se para o Uruguai, indo, juntamente com esta casa, os campos dele á leilão. Simeão Estelita Duarte, morador da Villa de Piratini, adquiriu a casa e os campos de Leonardo Vaz. Este residia na sede da então Villa, juntamente com sua esposa dona Ignácia Vergilina e seus 4 filhos, e pelo falecimento de outras duas filhas do casal, resolveram  mudar-se para o campo e tornarem-se pecuaristas. Ali o casal viveu pelo resto da vida, quando em 1918 Simeão veio a falecer e dona Ignácia viveu com os filhos, noras e netos, até sua morte em 1924. Também foi usada como trincheira durante a Revolução Federalista, por pessoas envolvidas nesta. Após o falecimento de Ignácia, a casa passou a ser de seu filho, José Francisco Duarte, o Chiquinho que morou durante toda sua vida juntamente de sua esposa Maria Francisca, a Cotinha, filha do Tenente-Coronel João Ignácio Pinheiro, e de seus 13 filhos. Após a morte destes, na década de 1950, a casa passou a pertencer a sua filha, Noêmia Pinheiro Duarte, que solteira, viveu ali, juntamente de seus irmãos, na maioria solteiros, por cerca de 82 anos, até pouco perto de sua morte.
Localiza-se no 1º distrito de Piratini, no lugar denominado Passo do Alfaiate. É praticamente construída de pedras,  e sofreu reformas ao longo do século XX.

"Chácara dos Vimes", "Tapera dos Pinheiro" ou ainda "Tapera do Conceição".
Sua data de construção é incerta, porém segundo os seus antigos donos, foi construída  durante a Guerra do Paraguai (1864-1870). Construída a mando de Manoel José da Conceição, o Maneco Conceição, um dos homens mais ricos da época da Villa de Piratini. É construída em boa parte de sua estrutura em pedra. Em uma de suas paredes laterais, tem no alicerce uma pedra, na qual acredita-se que seja assombrada.
Serviu de residência a Manoel José e sua esposa dona Ignez de Castro Ferreira da Conceição e seu filho João Francisco da Conceição. Manoel era agricultor, e por motivo de estarem em meio á uma Guerra, este juntou seu dinheiro dentro de uma bruaca, e foi para o campo com um escravo. Chegando num determinado ponto, mandou o escravo cavar e enterrar o dinheiro. Feito isso, deu um tiro no escravo e o enterrou junto ao dinheiro, com a desculpa que seria para que o escravo cuidasse seu dinheiro. Assim este foi enlouquecendo. Um outro dia, foi vistar sua plantação de trigo, que tinha nos fundos da sua residência, e chegando lá resolveu colocar fogo na resteva do trigo, e assim fez. Mas o fogo se alastrou e acabou incendiando todo o trigo que secava ali perto. Não demorou muito tempo para que este adoecesse e acabasse morrendo na década de 1880. Assim Ignez jovem, viúva ficou com seu filho para criar e a propriedade para tocar em frente. Logo fatos no pais aconteciam, tais como a abolição da escravatura e a chegada da República.
Então no ano de 1889, Ignez aos 28 anos se casa pela segunda vez, desta com o Tenente-Coronel João Ignácio Pinheiro, também viúvo e com uma filha, já adulta e casada.
Ambos se casam e vem a residir na Chácara dos Vimes, onde, juntos tem 7 filhos.
Após a morte do casal, na década de 1910, a residência passa a ser de seu genro, José Francisco Duarte, casado com Maria Francisca Pinheiro, a Cotinha, filha destes. Após algum tempo, o casal vai residir na propriedade dos pais de José, e a residência passa a pertencer ao filho mais moço, Manoel Ignácio, este que alguns anos depois casa-se com dona Edith de Oliveira Faria, e tem 11 filhos desta união, todos nascidos na Chácara. Durante a Revolução de 1923, Manoel sendo de um dos lados envolvidos, entrincheira-sem, junto de sua esposa e filhos, na Chácara. Muitas outros fatos foram ali acontecidos. Mas muitos não se sabe ao certo.
Hoje em dia pertence á uma neta de Ignez e filha de Manoel Ignácio.
Localiza-se no Passo do Conceição, no 1° distrito de Piratini.

"Tapera dos Crespo"
Construída antes do inicio do século XX, por André Lucianno Crespo, uruguaio, morador na então Villa de Piratini. Vindo do Uruguai na primeira metade do século XIX, casou-se com Francisca da Conceição, filha de um dono de terras na localidade do Cerro da Conceição. Pouco se sabe sobre a vida deste casal após o casamento que se realizou nesta cidade em 1840, durante a Revolução Farroupilha. Durante o período que pertenceu ao seu filho, Affonso Cassiano, era utilizada durante as atividades pastoris da família como lugar de guardar arreamento e outros objetos ligados a esta atividade. Durante algum tempo serviu de residência para uma das irmãs de Affonso Cassiano, que era solteira. Conta-se que esta possuía uma certa quantia de moedas de ouro, as ditas "onças", e que sempre as enterrava em tempo de guerras, ao lado de uma pedra próxima a casa. Porém quando estava na velhice ocorreu uma revolução, certamente a Revolução de 1923, na qual ela novamente enterrou suas moedas, mas após o termino desta, nunca mais achou onde estavam. Porém, anos mais tardes foram descobertas e roubadas.
Também foi sitiada pelas forças dos "Chimangos", durante a Revolução Federalista (1893), e estes atacaram o rebanho de cabras que a família possuía na propriedade, com violência, dizimando o rebanho, que foi destinado a alimentar os soldados.
Foi sempre habitada por os descendentes de André , no século XX e XXI.
Também é considerada um local assombrados, pelos relatos contados pelos seus antigos donos.
Sofreu reformas em toda sua estrutura, inclusive no formato original de seu telhado, que era em formato "cupair", passando a ser em formato de "oitão". Também foi renovado seu reboco original, mas mantendo as portas, portais e janelas originais de cedro.
Localiza-se na localidade do Passo do Fio, no 1º distrito de Piratini.



quinta-feira, 20 de junho de 2013

O beijo que eu nunca lhe dei.

O beijo que eu nunca lhe dei...
Que em meus lábios o prendi,
Desde a primeira vez que eu lhe vi.
Beijo, que vou guardar,
E somente vou dar a ti.

Queria ter a coragem de te dizer,
Que me faço por ti apaixonado.
Só tu completas meu ser,
E me dá coragem de cada dia
Viver...

O beijo que eu nunca lhe dei...
Secou minha alma,
Tirou-me o sono,
Mas ainda arde como uma chama,
Um fogo,
Em que cada vez mais me queimei.

Tu, bela cigana,
Nunca me deu esperança,
Por isso não me enganas.
Nossa amizade faz-se como uma aliança,
Mas por minha vontade seria bem mais...

O beijo que nunca lhe dei...
Nunca morreu dentro de mim,
E quase se liberta,
A cada vez que sinto este teu doce cheiro de alecrim.
E tua boca doce e suave,
Para o meu sofrer,
Seria como uma chave,
Para o fim do meu desmerecer.

Este beijo, só em minha imaginação se faz real,
Já que a ti não posso dar.
Mas quem sabe no final,
Eu não consiga o libertar...

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Namoro ao luar.

As estrelas cantam e dançam
Pelo majestoso salão celeste.
Formosas, nunca se cansam,
De bailar, do Norte ao Sul,
Do Oeste ao Leste.

Cintilantes, pequeninas
Bailam todas juntas,
Belas moças e meninas,
No sarau da Lua.
Esta mãe de todas,
Ilumina cada filha sua.

Magnífica Sonata,
Que o amar na Terra desata.
O meu por ti,
E o teu por mim.
Teus olhos brilham incessantemente
A cada vez que me vê
Deixando-me tão contente.

Ao bailar, a Lua é nossa confidente,
De nosso namoro escondido,
Que tanto faz bem há este adolescente,
Por ti apaixonadamente perdido!

Por vezes acho que a Lua é minha paixão
Aquela que faz um sorriso em meu rosto brotar,
E no peito palpitar este meu coração
Quando a mim este festejo iluminar.

Mas ainda sim ela não tem tua doçura e beleza,
Pode dançar e iluminar,
Ela só transmite-me frieza,
E tu só queres me amar.

Por fim,
Este namoro ao luar,
Faz-me assim,
Cada vez mais te amar!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Se um dia eu sumir...

Se um dia eu sumir...
Nunca mais vais me ver
Minha figura
O meu ser.

Pegarei a estrada sem volta
Sumiria no horizonte.
Dissiparia como fumaça,
Depois do Sol poente.

Se um dia eu sumir...
Não sei se ficarás triste ou contente;
Preocupada, ou despreocupada
Depois que eu me fizer ausente.

Mas um dia vai acontecer,
Queiramos ou não.
Faz parte do nosso viver.
Viver depois a solidão.

Se um dia eu sumir...
A saudade de mim bater,
E não me tiver por perto
Mas mesmo assim eu não aparecer
Ainda assim, eu te amarei por certo...

Entre idas e vindas,
Quem sabe numa dessas esquinas
Possa te encontrar,
Vestida nas vestes mais lindas.

Não sei se ainda vai estar solteira,
Ou casada quem sabe,
Mas ainda te amarei da mesma maneira.

Se um dia eu sumir...
Talvez eu volte ou não,
Mas se por ventura sim
Para quem sabe assim
Conquistar teu coração!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O suicida do casarão

Na frente do espelho,
Surge uma imagem.
Nem novo nem velho,
Levantar seus olhos não tinha coragem.
Sentia que era fraco e covarde.

Saiu dali,
Passeava por toda a sala.
Guardava todas as lembranças dentro de uma mala.
Não sabia para onde iria
Talvez para onde o vento lhe levar
Neste imenso mundo.
Mas não queria mais deixar este lugar
Por mais feio, velho e imundo,
Que fosse este casarão.

Sair dali seria como perder um pedaço do coração
E viver sem razão.
Sabia que não podia mais ficar
O tempo corria
Mas se pudesse um tijolo que fosse ele iria levar,
Para que quando a saudade apertar
Pudesse-lhe uma pequena lembrança fitar.

Fecharam as portas
E janelas também.
Uma lágrima escorria pelo rosto.
Mas preferiu virar as costas
Do que ver com tanto desgosto,
Botarem abaixo,
O velho casarão.

Seguiu sem olhar para trás
Logo adiante ouviu o som
De uma destruição vorás.
 Nada mais restara
Ficaria guardado como um sonho bom.

Dentro da mala havia algo que agora se lembrou:
De um punhal,
Que há muitos anos seu avô lhe presenteou.
Para este sem-eira-nem-beira,
Seria uma solução afinal.

Parou a caminhada
Olhou para as ruínas do casarão
E seguidamente para a afiada navalha.
Nisso acelerou seu desiludido coração.
Sentia-se um covarde
Mas nada mais esperava da vida.
Agora sem ninguém e sem nada,
Decidiu com sua vida acabar sem alarde.

Espetou o punhal em seu peito,
E seu sangue pela lama foi escorrendo.
Morto, caiu  no chão, com todo jeito,
E ali perto das ruínas do casarão,
Aos poucos foi morrendo.

Infeliz algoz da maldade.
No outro dia corria nas manchetes,
Por toda a cidade,
A noticia de boca em boca, 
Tristeza e comoção,
Na primeira página anunciava,
"O suicida do Casarão"...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Jaz aqui o silêncio

                                          
Jaz aqui o silêncio...

De quem, para todo sempre partiu.
Saudades não trazem ninguém de volta
Pelo meu corpo, um vento frio,
Arrepia-me nesta hora

A solidão me faz companhia
Neste meu pesado olhar na janela
Agora sinto a pesada realidade
De meu quarto se transformar numa cela.
Talvez a morte seja minha libertação,
Mas nela penso como uma interrogação.


Dos que se foram apenas a inquietante recordação
Festas, risadas e bailes,
Parece que ainda posso ver com perfeição
Todos a dançar tão alegres!

Daquele tempo saudoso só restou a mim
Já velho e sem forças
E agora neste meu fim
Choro de saudades


Parece que agora a morte me ronda
Mas a sua presença me nego a notar.
Tenho de ser forte
Para que ela mais um instante,
Deixe-me ficar.

Jaz aqui o silêncio...

O velho gramofone parou
A música também
Assim que o músico se calou,
E o padre pronunciou amém.

Quando eu me for,
Para o céu ou o inferno,
Cessará o ardor.
A última viagem
Do trem da morte,
Contemplarei a sombria paisagem,
E lá chegando,
Comerei do último fruto.

Espero lá encontrar
A todos e poder abraçar.
Como antes,
Cantarolar e dançar

Jaz aqui o silêncio...

Desta vida nada levarei
Apenas a certeza que feliz eu fui
E muito eu amei.
E assim quando a dama da morte chegar,
O gelado orvalho sobre mim cair,
Preparado eu estarei...

Jaz aqui o silêncio,
E a mim também.
Para todo o sempre,
Amém...

A Graça da Rua XIV

Sentei-me próximo dela. Buscava, sim, buscava em sua fisionomia algum detalhe que não me fizesse bem aos meus olhos. Tinha em seu olhar ainda a ingenuidade de uma criança, que pouco sabe da vida. Seu perfume era de flores silvestres, que adoravelmente viajava pelo ar, enfeitiçando-me.
Naqueles dias que haviam sucedido, este que vos lhes conto, fazia falta a paz em mim. Nada me alegrava nada me completava. Desde que me mudei para a capital, não havia me identificado com nenhuma outra pessoa. Eram todos diferentes de mim. Seus passos, olhares, modos, nada era como os dos meus conterrâneos, nem como os meus.
Fazia dois meses que havia vindo morar em Porto Alegre, por que em minha cidade não havia faculdade de medicina. Meus pais se preocupavam com os meus estudos, e não queriam que tivesse o triste destino de permanecer na pequena Vila de Piratini.
Corriam os primeiros anos do século XX, várias mudanças ocorriam pelo mundo afora, e aqui no Rio Grande do Sul não era diferente.  No lugar de velhas carroças, surgiam os primeiros carros, poucos, mas já estavam em circulação nas poucas ruas já pavimentadas da capital. Existiam postes, abastecidos com óleo de sardinha, que iluminavam as ruas da cidade, até pouco depois da meia-noite.
Morava numa pequena pensão situada numa rua adjacente próxima da Rua da Praia, onde passava quase todo dia estudando e dando o melhor de mim, para que quando mandasse uma carta aos meus pais, pudesse lhe reportar alegria e lhes dar o orgulho de ter seu único filho formado, como médico. Se desse sorte, podia ir medicar em minha terra natal. Só imaginava minha velha mãe, orgulhosa de seu filho, lendo a luz de vela minha carta.
Mas isso levaria tempo.
Não podia me dar ao deleite de apaixonar-me por a filha do banqueiro, isso podia me atrapalhar em meus estudos.
Todos os dias quando saia da pensão, pondo-me a caminho da faculdade, a via saindo de casa, sempre acompanhada de seu irmão mais velho. Não deixava que percebesse que eu a admirava, e, quase pechava nas senhoras que ia a missa pela manhã. Uma vez que era órfã de mãe, sempre acompanhava seu irmão no trabalho deste no banco da família. Por certo, achava cansativo passar o dia todo solitária no sobrado da família, e seu pai preferia ter sua bela caçula sob seu rigoroso olhar. Ficava o dia todo junto de seu pai, em sua sala, no banco.
Seus longos cabelos castanhos claros eram levemente atados por uma delicada fita de cetim, de cor azul claro. Eram os mais belos de todas as moças da capital, e quiçá do universo. Pelo menos para mim eram. Longos, eram singelamente embalados pela leve brisa do ar matinal que soprava do Guaíba. Suas pequenas mãos delicadas eram cobertas por luvas brancas, que apertavam uma pequena bolsinha que sempre carregava consigo. Vestia-se sempre com belíssimos vestidos, sempre feitos dos mais caros e valiosos tecidos, que seu pai mandava fazer com a modista francesa que tinha uma loja na Rua dos Andradas.
Em meus mais íntimos pensamentos, despia-a em meu subconsciente, e projetava tal formosura, onipotentemente superior á uma das três graças acompanhantes da Primavera, obra do pintor renascentista Botticelli. Mas podia ele criar figura tão divina quanto aquela que alimentava meus olhos todas as manhãs?
Docemente dei-lhe o doce apelido de “A Graça da Rua XIV”.
Seguiam os dois de braços dados, misturando-se nas pessoas que perambulavam pela rua, em frente a sua casa. Logo sumiam num esquina a seguir.
Voltei a mim, aqui nesta confeitaria, da Rua do Porto, onde eu e meus colegas de faculdade saímos para o almoço. Ela estava acompanhada de seu pai, que não tirava os olhos de seu jornal. A filha, a bela filha, estava a beber um chá de canela, numa delicada xícara de porcelana turca, que soltava para cima um vapor, este que sumia no ar, depois de subir-lhe pela maçã do rosto.
Comia o almoço, mas não conseguia retirar o olhar da bela moça, e ali a poucos metros, respirava seu doce perfume, que absorvia pelas minhas narinas.
Meus colegas, já haviam notado minhas intenções com a moça, e como eu sabiam que meu desejo a se realizar, seriam um tanto impossível.
Tinha medo que ela percebesse e comentasse com seu pai ou irmão, e estes ficassem com raiva de mim, por cobiçar a jovem. Deveria ser prometida a algum herdeiro de alguma abastada família da região. Já eu não detinha este status nem posição social que nem os demais rapazes que faziam a corte a ela.
Seu pai, ao notar o garçom da confeitaria estava ali de pé ao seu lado para fazer o pedido, disse que desejava o mesmo de sempre para almoçar e perguntou a sua filha o que ela desejava para comer. Ela chamava-se Luciana, soube seu nome assim que seu progenitor lhe perguntou sobre o almoço. Ela concordou com o pai, em almoçar o de sempre. Assim, de seus carnudos lábios saiu uma doce voz, calma como água de um cristalino lago e mais suave que um Adágio de Mozart ou Albinoni, dedilhados num novíssimo piano de puro marfim.
Logo após o pedido dela, ainda como os olhos presos em sua figura, percebi que ela me olhava. Sim, ela me olhava, discretamente olhava-me no fundo dos meus olhos, como quem procurava desvendar minha alma...
Talvez por medo que seu pai desconfiasse disso e lhe advertisse, baixou os olhos num rápido movimento e pôs seu belo par de olhos azuis na toalha da mesa. Docemente pôs o guardanapo no colo e manteve-se com o olhar baixo na mesa.
Resolvi não lhe olhar demasiadamente, pois fiquei com receio de constrangê-la, e decidi deter meu olhar apenas na minha refeição que já estava findando.
Quando me dei por conta, após terminar meu almoço, a mesa onde seu pai e ele estavam apostos, fazia-se vazia.
Não perguntei a nenhum dos meus colegas sobre onde ela havia ido.
Terminamos o almoço. Todos contavam anedotas, causos que ocorriam fora das vidraças da confeitaria e além dos limites da cidade, assuntos que eram comumente debatidos pelos jovens da capital. Mas a mim se faziam desinteressantes e obsoletos, uma vez que a imagem da senhorita não abandonava minha imaginação. Ah perturbadora visão dos céus! Era como se aqueles poucos minutos em que a olhava e deleitava-me com seu perfume, pudessem-me fazer flutuar, envolto em delicada seda divina!
Resolvi arrancar esta imagem de minha cabeça, pois tinha outros assuntos a tratar referentes a faculdade.
Pois assim fiz, de todas as maneiras me afastei de seu caminho. Nunca mais passei em frente a sua casa, nunca mais almocei naquela confeitaria, e quando sua majestosa imagem me vinha tona em pensamento, tratava de me esbofetear para cair em mim e me ocupar com outros pensamentos.
E consegui.
Sua imagem, aos poucos fora desaparecendo dentro de mim, como alguma forma em uma manhã de cerração, ao passo que vai se afastando, mais difícil de divulgar torna-se.
Ainda hoje, anos depois destes fatos, vez que outra me pergunto: - Por onde andará a bela Luciana, a minha, só minha Graça da Rua XIV?


Nota: Caso você tenha notado, a história acima ficou um tanto sem pé nem cabeça, nem o título se torna convincente, e muito menos o fim. Apenas deixei minha fértil imaginação criar este texto. E.V;

terça-feira, 11 de junho de 2013

Ao final desta tarde


Este teu olhar castanho
Tão doce quanto um favo de mel
Ele, em minha direção mirando.
Por dentro
Sinto-me flutuando
Sinto-me no céu

Pele macia
Virgem seda
Por ti, reporto tanta idolatria,
Que nem desconfias
É a musa de meus sonhos

Lábios vermelhos
Maçã de encantos
Reclusos desejos
Dedico cada poema
Que retiro de minha alma
Esta mina de sentimentos

Nada posso fazer
Amar-te é o que me resta
Já que não consigo te esquecer
Transmito á este papel o que sinto
Atesto e afirmo
Que nada minto
Nessas linhas poéticas
Minha única saída
Já que contigo meu amor não posso compartilhar

Sejamos amigos
Continuemos nossa caminhada
Eu com a minha
E tu, com a tua
Minha amada
Para a posterioridade
Ficarão apenas velhos retratos
E para quem quiser ouvir
Este meu amor em surrados relatos.

Passará os anos
Mas de ti não esquecerei
Estará sempre no velho baú das lembranças
Onde guardamos memórias que tanto adoramos
E este teu belo olhar
Terá sempre, lá um lugar.
Para que depois que fores embora de minha vida
Quando a saudade bater a minha porta
Eu, magicamente
Possa me reportar...


Ao final desta tarde
Quando no horizonte
O Sol vai beijando as montanhas
Eu, sentado neste banco,
Vivendo apenas de lembranças.
Nesta tarde fria,
Minha bela dona
Finalmente virás
Vestida toda de branco
Quieta e sem alarde


Irá levar-me daqui
Até os jardins do céu
Tu e eu de mãos dadas,
E tu, para mim docemente
Sorriria.
Ah não sabes o quanto esperei
Para que um dia
Novamente eu pudesse contemplar
Teu doce olhar de mel...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Cantares

Não sei se, de mi te lembras.
Ou se me esqueces, por fim;
O que eu bem sei, é que vivo.
Quando os olhos põem em mim.

Por isso minha adorada
Te peço de quando em quando
Não te esqueças do remédio
E me vai aviventando!

Os meus olhos, mais os teus
O mesmo compasso tem.
Se os teus abres, abro os meus:
Fitar-me tu, eu também.

O que posso mais eu fazer
Para em tudo te imitar?
Sigo-te á risca até mesmo
No teu preceito de olhar.

A carta que me mandaste
Abri com pouco jeito:
Trazia o teu coração.
Caiu-me dentro do peito.

Dei-lhe então, ali o abrigo;
Mas não lhe cabendo os dois,
Mando-te o meu, e, comigo

Ficarás o teu depois

-Francelina Pinheiro Duarte

Insônia

Consigo perceber minha quente e incessante respiração. Desperto.
Arrasto meu rosto no lençol, pondo-o em cima do travesseiro. É uma mania minha não ficar com o rosto em cima deste.  Viro a face em direção á janela. Lá está apenas a silhueta da cortina xadrez, pois o resto ainda é apenas penumbra da madrugada. Ainda não clareou o dia e a madrugada está perto de seu fim. Logo os pássaros irão com alegria anunciar um novo dia de primavera, e a luz do alvorecer irá majestosamente invadir meu quarto.
Meu corpo mantem-se fiel à cama, e meu rosto está amassado junto ao travesseiro. Fico com os olhos parados e estáticos presos á janela. Meu pensamento está oco, como o tronco de uma velha árvore, puído pelo tempo. Nada se passa ali. Assim fico melhor, sem me preocupar com nada ou alguém.
Não sei, mas não consigo voltar a dormir, como se o sono fugisse de mim. Ah mas isso parece loucura! Não voltar a dormir, justo hoje numa aprazível manhã de domingo de primavera. Bem por que eu não sei, mas não consigo.
Lá fora, algo pisca, mas eu sei que é a lâmpada do poste que tem aqui na rua, de fronte a minha casa. Quando ficava sem sono, costumava ficar olhando para a lâmpada, mas agora ela está fraca e pouco ilumina a rua. Nem meus pensamentos.
Há também o estridular dos grilos, que freneticamente cantarolam rua a fora. Talvez sejam estes os únicos seres além de mim a estarem acordados esta hora. Dizem os mais velhos, que quanto mais escura à noite, mais claro é o canto dos grilos. Cri Cri Cri.
O rádio relógio atesta que são 5h e 36 min.
Maldita insônia não me permite dormir. Agora, depois de ver as horas, meu pensamento se inunda de ideias, preocupações, e coisas desse tipo.
Por vezes sinto que meu subconsciente se torna igualado á um cemitério abandonado, onde, mesmo que vivas algumas pessoas tornam-se iguais a velhos jazigos, pois aos poucos foram morrendo em minha vida, e que teimosamente ainda as levo flores, em sinal de saudade.
Há em cima de mesinha no lado da minha cama, uma folha de papel e uma caneta destampada, que deixei escrita uma poesia inacabada. O sono e a falta de inspiração me obrigaram a deitar-me. Aborreço-me muito rápido das coisas, a por muitas vezes das pessoas. Mas não gosto de ser assim. Foi o que ocorreu com a poesia. Logo dela me aborreci, e nem tomei todo café que havia feito para passar a noite escrevendo. Logo esfriou, a inspiração se foi. Fui deitar-me. E com o sono também ocorreu...

sábado, 8 de junho de 2013

A carta que eu escrevi, e a ti nunca enviei

Talvez por medo, covardia, receio da tua resposta, eu não fiz mais do que escrevê-la e guarda-la no fundo de um baú, junto de tantas coisas velhas, e sem importância. Mas essa carta tem, e terá, pois foi ali, aos prantos, que eu desenhava cada letra, cada palavra, que estavam enterradas dentro de minh´alma. Nesta carta que juntei toda a coragem que detinha dentro de meu coração, lá no fundo e transmiti a este pedaço de papel por meio de minha mão.
Tu há essa hora, estas vivendo a sua vida, mas habitando meu pensamento, sendo você, a única habitante de meu pequeno mundo, onde mesmo que fantasiosamente, vivo feliz.
Um dia, quem sabe, eu tenha coragem de a ti reportar este pedaço de papel, cheio de minhas, não tão belas, mas sinceras palavras.
Ou talvez continue com ela guardada, a sete chaves, como este sentimento, e que nunca tive a audácia de olhar no fundo de teus negros olhos e dizer:- Eu te amo!
Sim, isso é covardia de minha parte, mas quem em algum momento de sua vida não foi covarde? Nosso lado humano nos faz assim, mesmo que seja algo que nos consuma por dentro. Então é como uma represa, que está quase está estourando, transbordando, e por milímetros, não se rompe.
Penso em me declarar, mas a sombra do medo cobre o Sol da coragem.
Guardo esta carta que nunca te entreguei, eu covarde, como uma criança com medo do escuro, dos fantasmas da noite, e me calo.
Retiro meus óculos, e lhe ponho em cima da escrivaninha. Tampo a caneta, repouso num pequeno baú de madeira a carta, e o chaveio, neste pequeno e velho baú, pois não quero que ninguém a leia. Decido apagar a luz, não irei mais escrever nada, depois de pensar em tudo isso. A negritude da noite vem aos poucos adentrando pela janela de meu quarto, já que nem a bela Lua está hoje no céu.
Debruço-me no parapeito da janela, lhe abro e ponho minha cabeça para fora. Um gélido ar beija meu rosto, e olho o horizonte, d´onde lá em seus confins o Sol, já vai se pondo, deixando apenas um rastro de seda alaranjada, por entre as poucas nuvens que enfeitam o céu, já nos últimos momentos de claridade dele. É fim de outono, logo virá o inverno, com seus dias de mazelas, frios e chuvosos, que sem a sua presença, se tornam cada vez mais amargos.
Espero que na próxima primavera, voltes e que seja como o Sol resplandecente depois de uma longa tempestade.
Parece que no céu, posso criar sua bela e divina imagem, como uma belíssima pintura da época do Renascimento. Logo percebo que estou sorrindo, olhando para o nada.
Ponho meu corpo para dentro de casa, fecho a janela, e cerro a cortina, e assim a escuridão noturna toma conta de meu quarto. Lágrimas de dor inundam meus olhos, e descem pelas maçãs de meu rosto, e caem no tecido de minha roupa, que logo as absorvem.
Sinto que minhas pernas fraquejam, e busco sentar-me na cadeira de minha escrivaninha, onde também aos prantos, escrevi a carta.
Recupero minha força, levanto-me e me dirijo em direção a minha cama, sendo esta de casal, mas que mesmo assim ainda é somente por mim ocupada.
Deito-me e me cubro com a coberta, e encolho-me de frio. Ponho minhas mãos junto de minha boca, onde sinto o calor de minha respiração.
Fico imaginando o que fazes a esta hora, no que pensas, e assim de tanto pensar adormeço. Adormeço e tu, apenas tu habitas meu sonho. Você, em sua casa também dorme seu sono de anjo, e comigo não sonha.

Amanhã, quem sabe, eu vista a armadura da coragem, chegue a sua frente e em suas mãos, ponha esta carta, que escrevi, revelando-te tudo o que sinto. Todo meu amor por ti...

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O que penso sobre o amor

Não é possível explicar o amor.
Tento todos os dias o entender, mas o meu limitado conhecimento não me permite.
Talvez o amor, seja mesmo algo para ser vivido, não explicado. Se é como acho, ele já nasce com a gente, e fica ali adormecido, e quando a gente se dá por conta ele está ali, habitando nosso coração, dando-nos razão para respirar fundo e ir adiante.
Tem pessoas que confundem o amor com a atração física, que é aquele impulso de nosso corpo, que deseja arduamente contato com outro corpo, porém, existe esse sentimento de desejo quando se ama alguém, mas não necessariamente se ama alguém que se sente desejo, ou como disse Rita Lee, em sua música “Amor e Sexo”: “Amor sem sexo é amizade; Sexo sem amor é vontade”.
(...) Amor é divino, sexo é animal. Amor é cristão, sexo é pagão...
Mas como disse Rita em sua música, amor e amizade andam lado a lado, como dois sentimentos irmãos, que podem ou não se misturarem, tornando-se um grande sentimento, como o amor.
É comum, em alguns casos isso acontecer, mesmo que seja de apenas uma parte.
O bom de amar, nem que este não seja correspondido, é que vem aquela sensação de “eu amo”. Pode perecer bobagem, mas amar é bom. Revela nosso lado divino e ao mesmo tempo humano, a nossa capacidade de amar um alguém além de nós mesmos.
Que sentido se dá a vida se não amarmos alguém além de nós? Seriamos tão egoístas, que não  poderíamos doar tudo de bom que temos em nos mesmos a outra pessoa?
A paixão, como eu escutei uma vez numa novela e hoje relembrado por uma amiga é como uma chaleira, fervente em cima de um fogão, ferve com tanta energia, nos deixa descontrolados, enlouquecidos, mas tal sentimento é passageiro, como a chaleira, que sem o fogo que lhe aquece, vai esfriando, e um belo dia, quase congela.
Amor é algo sublime acima do bem e do mau. É a doce brisa de primavera. É aquela saudade dolorida, quando ficamos longe de quem nós amamos. É o que muitas vezes nos faz viver. É o maior encanto de nossas vidas.
Amamos aquela pessoa com quem nos identificamos. Aquela que tem as características que de certo modo nos completam, a tal da “metade da laranja”. Foi o que aconteceu comigo.
Também vamos nos apaixonando dia após dia, cada vez que conhecemos mais a pessoa, ou melhor dizendo, sua alma, seus medos, sua fragilidade em determinadas ocasiões, sua coragem, sua alegria, mas também devemos aceitar seus defeitos, pois afinal até mesmo aquela pessoa que consideramos “perfeita”, tem os seus, assim como nós temos os nossos.
Não sou nem queiro ser a pessoa que entende tudo sobre o amor. Até por que ele nunca vai ser entendido. Ele é para ser sentido, vivido, apreciado, pois é uma das coisas mais belas que iremos levar dessa vida, e que irá nos acompanhar por todo sempre.
Se amar alguém, tire de você a coragem mais escondida que tem e se declare. Não espere que seja como num conto de fadas, onde tudo são rosas. Pois se der certo será muito melhor. E também pela sensação de “e como seria se eu tivesse falado?
”.

É isso que acho do amor, eu bobo aqui escrevendo isso e pensando na pessoa amada, que nem sabe que eu a amo.

Mas mesmo assim, não sendo recíproco, eu a amo e muito!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Amantes

Sei que não é a mim que amas
Ah não sabes como sofro
Arde meu coração em chamas
Recordação de um bom tempo
Oh suave brisa
Profundo lamento
Ainda posso sentir o calor de tua pele
Recaindo sobre a minha
Tamanha saudade, que tanto me fere.

Somente o frio me faz companhia
Reviro-me em minha cama
Onde antes tu, em meus braços adormecia
Agora, diz-me que é outro que amas
Sentir o teu calor
Pernas se entrelaçam
Ímpio ardor
Movidos pelo desejo
Corpo a corpo
Língua á língua, um beijo

Tu a outro te entregas
De mim, nem te recordas
Forma inesquecíveis momentos
Pela tua demora eu lamento
Mas sei que que não irá voltar
Por mais que a ti eu suplique
Que venhas para meu corpo acarinhar
Da janela admiro nos céus a Lua
De beleza ímpar, igualada apenas a tua

Tu, dona de meu coração
Dama da madrugada
Guardo apenas recordação
Da bela mulher amada
Que perturba os meus sentidos
De desejo, cego fico

Dentre todas as mulheres
É a única que me completa
Assim, mastigo meu desejo
Infame, tu és minha predileta
Por isso, raiva de mim eu sinto
De querer-te tanto
Não sendo recíproco
Então, a ti eu minto
Pensas que nada mais sinto
De sentimentos, fiquei oco

Pela janela, sinto o ar frio
Mas forte chama ainda arde
Voraz e incessante
Que não se vai em cada fim de tarde
A cada dia, mais forte se torna
Presente e constante







terça-feira, 4 de junho de 2013

Saudades não basta...

Por que damos o devido valor á coisas e pessoas quando as perdemos?
Será que é mais fácil sentirmos saudades, do que irmos vê-las, abraça-las, ama-las?
Por vezes na correria do dia-a-dia, não conseguimos dar a merecida atenção que as pessoas ao nosso redor merecem. Mas por mais que a vida de algumas pessoas seja longa, não são eternas.
As horas passam os dias, os meses, os anos, e quando nos damos de conta, a vida se foi, como a água de um rio, que passa em frente de nossos olhos apenas uma vez, e some no horizonte.
A vida é como a chama de uma vela, frágil que por vezes balança, quase se apaga, mas logo se mantém firme. Porém, uma leve brisa, pode transformar tudo em escuridão.
Dê valor às pessoas que são importantes para você!
Mande flores, faça uma surpresa, seja amável.
Ore por elas quando estiverem passando por um momento de dificuldade.
Diga á ela que a ama, mostre a ela o quanto ela é importante para sua vida.
Esboce um belo sorriso pela primeira vez que a ver no dia.
Aproveite os momentos que estiverem juntos.
Convide-a para sair, para tomarem um delicioso sorvete. Se ela não quiser, proponha um filme, com pipocas, num fim de tarde de domingo.
Enfim, seja feliz ao lado delas, tente as entender, seja flexível.
Pois depois que os batimentos pararem, nada mais se pode fazer.
Não irá adiantar levar flores, rezar por sua alma, prestar homenagens, promover pompas, etc.
Saudades, lágrimas, não são o suficiente para trazer alguém de volta a vida.
Pense nisso. Viva o hoje!

Se for para chorar, que seja de alegria, de surpresa, de amor!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Sorrisos e olhares


 Ao olhar para tuas mãos
Sinto o palpitar de meu coração
Galopantes batidas
Parece que irão me lavar a morte
Nunca iria imaginar que este sentimento,
A cada dia se tornaria mais forte.

Uma tão descontrolada atração
Meu corpo clama pelo teu!
Só assim irei encontrar minha salvação
Minha boca é sedenta pela tua
Com um andarilho num árido deserto
Atira-se num poço d´água fresca
Num impulso, na emoção
De não saber ao certo,
Não ouve a voz da razão.
Só assim eu atesto
Serei feliz por completo,
Quando esta minha sede saciar!

Teu olhar por vezes me fascina,
Por outras tantas me alucina.
Para mim, mirar-te já basta
És como o Sol de verão
Dá a minha vida, para seguir, uma razão
Mas tanto dói quando te afastas,
Então sangra meu coração.
Se passar um dia sem lhe ver,
É mesmo que não viver!