sexta-feira, 13 de março de 2015

Sou um poeta ou um porre?

Cambaleio nas letras ou nas insânias?
Boêmio, gato da noite
Ou aquele que faz das rima sua dama?
Procurando um pouco de carinho em qualquer canto
Atirando meu corpo em qualquer cama
Traindo-me para um próprio espanto.

Sei que na vida não existe nada perfeito
Só uma qualidade que nas artes faz morada
E por ser assim tão humano
Levo essa vida atordoada...

Bebendo de qualquer paixão
Aceito o que mais prazer me der,
Pra esquecer aquela poesia
Que tocou meu coração.

Do amargo veneno da solidão
Nasce aquela rima
Como num acorde de violão
Que chora desilusão
De perceber que aquele rosto para mim já não mais sorria.
Atiro-me cada vez mais fundo
Já não mais nas páginas nem nas letras
Vou indo de encontro aos prazeres do mundo.


Erasmo Pinheiro, Piratini, 13 de março de 2015.


2 comentários:

  1. MARAVILHOSA. E TRISTE. MELANCÓLICA. PROFUNDA. É COMO UMA PEDRINHA CAINDO NA ÁGUA PROVOCANDO VÁRIOS CÍRCULOS QUE SÃO PENSAMENTOS, SENTIMENTOS DESPERTADOS E AGITADOS. PARABÉNS!!! BJS

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado Maria Altina! Grato pelos comentários. Espero que continues a visitar De Tudo Um Pouco. Beijos e volte sempre!

      Excluir