Tão doce, tão amargo.
Tão longe, tão perto.
Tão quente, tão frio.
Tão certo, quanto incerto.
Primeiro dia de Sol,
Foi-se a chuva fria.
Nada mudou tudo normal,
Você não me sentia.
Só poderia gritar com o olhar,
Talvez tu não entendas.
Nem minhas palavras,
A ti meu amor, podia pronunciar.
Isso vai me corroendo por dentro,
Mas também vai me aviventando.
És de meu universo o centro,
Mas nem sabes,
Nem saberás...
"As palavras são como os patifes desde o momento em que as promessas os desonraram. Elas tornaram-se de tal maneira impostoras que me repugna servir-me delas para provar que tenho razão" -William Shakespeare
sábado, 29 de junho de 2013
domingo, 23 de junho de 2013
Três casas, três histórias.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
O beijo que eu nunca lhe dei.
O beijo que eu nunca lhe dei...
Que em meus lábios o prendi,
Desde a primeira vez que eu lhe vi.
Beijo, que vou guardar,
E somente vou dar a ti.
Queria ter a coragem de te dizer,
Que me faço por ti apaixonado.
Só tu completas meu ser,
E me dá coragem de cada dia
Viver...
O beijo que eu nunca lhe dei...
Secou minha alma,
Tirou-me o sono,
Mas ainda arde como uma chama,
Um fogo,
Em que cada vez mais me queimei.
Tu, bela cigana,
Nunca me deu esperança,
Por isso não me enganas.
Nossa amizade faz-se como uma aliança,
Mas por minha vontade seria bem mais...
O beijo que nunca lhe dei...
Nunca morreu dentro de mim,
E quase se liberta,
A cada vez que sinto este teu doce cheiro de alecrim.
E tua boca doce e suave,
Para o meu sofrer,
Seria como uma chave,
Para o fim do meu desmerecer.
Este beijo, só em minha imaginação se faz real,
Já que a ti não posso dar.
Mas quem sabe no final,
Eu não consiga o libertar...quarta-feira, 19 de junho de 2013
Namoro ao luar.
As estrelas cantam e dançam
Pelo majestoso salão celeste.
Formosas, nunca se cansam,
De bailar, do Norte ao Sul,
Do Oeste ao Leste.
Cintilantes, pequeninas
Bailam todas juntas,
Belas moças e meninas,
No sarau da Lua.
Esta mãe de todas,
Ilumina cada filha sua.
Magnífica Sonata,
Que o amar na Terra desata.
O meu por ti,
E o teu por mim.
Teus olhos brilham incessantemente
A cada vez que me vê
Deixando-me tão contente.
Ao bailar, a Lua é nossa confidente,
De nosso namoro escondido,
Que tanto faz bem há este adolescente,
Por ti apaixonadamente perdido!
Por vezes acho que a Lua é minha paixão
Aquela que faz um sorriso em meu rosto brotar,
E no peito palpitar este meu coração
Quando a mim este festejo iluminar.
Mas ainda sim ela não tem tua doçura e beleza,
Pode dançar e iluminar,
Ela só transmite-me frieza,
E tu só queres me amar.
Por fim,
Este namoro ao luar,
Faz-me assim,
Cada vez mais te amar!segunda-feira, 17 de junho de 2013
Se um dia eu sumir...
Se um dia eu sumir...
Nunca mais vais me ver
Minha figura
O meu ser.
Pegarei a estrada sem volta
Sumiria no horizonte.
Dissiparia como fumaça,
Depois do Sol poente.
Se um dia eu sumir...
Não sei se ficarás triste ou contente;
Preocupada, ou despreocupada
Depois que eu me fizer ausente.
Mas um dia vai acontecer,
Queiramos ou não.
Faz parte do nosso viver.
Viver depois a solidão.
Se um dia eu sumir...
A saudade de mim bater,
E não me tiver por perto
Mas mesmo assim eu não aparecer
Ainda assim, eu te amarei por certo...
Entre idas e vindas,
Quem sabe numa dessas esquinas
Possa te encontrar,
Vestida nas vestes mais lindas.
Não sei se ainda vai estar solteira,
Ou casada quem sabe,
Mas ainda te amarei da mesma maneira.
Se um dia eu sumir...
Talvez eu volte ou não,
Mas se por ventura sim
Para quem sabe assim
Conquistar teu coração!sexta-feira, 14 de junho de 2013
O suicida do casarão
Na frente do espelho,
Surge uma imagem.
Nem novo nem velho,
Levantar seus olhos não tinha coragem.
Sentia que era fraco e covarde.
Saiu dali,
Passeava por toda a sala.
Guardava todas as lembranças dentro de uma mala.
Não sabia para onde iria
Talvez para onde o vento lhe levar
Neste imenso mundo.
Mas não queria mais deixar este lugar
Por mais feio, velho e imundo,
Que fosse este casarão.
Sair dali seria como perder um pedaço do coração
E viver sem razão.
Sabia que não podia mais ficar
O tempo corria
Mas se pudesse um tijolo que fosse ele iria levar,
Para que quando a saudade apertar
Pudesse-lhe uma pequena lembrança fitar.
Fecharam as portas
E janelas também.
Uma lágrima escorria pelo rosto.
Mas preferiu virar as costas
Do que ver com tanto desgosto,
Botarem abaixo,
O velho casarão.
Seguiu sem olhar para trás
Logo adiante ouviu o som
De uma destruição vorás.
Nada mais restara
Ficaria guardado como um sonho bom.
Dentro da mala havia algo que agora se lembrou:
De um punhal,
Que há muitos anos seu avô lhe presenteou.
Para este sem-eira-nem-beira,
Seria uma solução afinal.
Parou a caminhada
Olhou para as ruínas do casarão
E seguidamente para a afiada navalha.
Nisso acelerou seu desiludido coração.
Sentia-se um covarde
Mas nada mais esperava da vida.
Agora sem ninguém e sem nada,
Decidiu com sua vida acabar sem alarde.
Espetou o punhal em seu peito,
E seu sangue pela lama foi escorrendo.
Morto, caiu no chão, com todo jeito,
E ali perto das ruínas do casarão,
Aos poucos foi morrendo.
Infeliz algoz da maldade.
No outro dia corria nas manchetes,
Por toda a cidade,
A noticia de boca em boca,
Tristeza e comoção,
Na primeira página anunciava,
"O suicida do Casarão"...
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Jaz aqui o silêncio
Jaz aqui o silêncio...
De quem, para todo sempre partiu.
Saudades não trazem ninguém de volta
Pelo meu corpo, um vento frio,
Arrepia-me nesta hora
A solidão me faz companhia
Neste meu pesado olhar na janela
Agora sinto a pesada realidade
De meu quarto se transformar numa cela.
Talvez a morte seja minha libertação,
Mas nela penso como uma interrogação.
Dos que se foram apenas a inquietante recordação
Festas, risadas e bailes,
Parece que ainda posso ver com perfeição
Todos a dançar tão alegres!
Daquele tempo saudoso só restou a mim
Já velho e sem forças
E agora neste meu fim
Choro de saudades
Parece que agora a morte me ronda
Mas a sua presença me nego a notar.
Tenho de ser forte
Para que ela mais um instante,
Deixe-me ficar.
Jaz aqui o silêncio...
O velho gramofone parou
A música também
Assim que o músico se calou,
E o padre pronunciou amém.
Quando eu me for,
Para o céu ou o inferno,
Cessará o ardor.
A última viagem
Do trem da morte,
Contemplarei a sombria paisagem,
E lá chegando,
Comerei do último fruto.
Espero lá encontrar
A todos e poder abraçar.
Como antes,
Cantarolar e dançar
Jaz aqui o silêncio...
Desta vida nada levarei
Apenas a certeza que feliz eu fui
E muito eu amei.
E assim quando a dama da morte chegar,
O gelado orvalho sobre mim cair,
Preparado eu estarei...
Jaz aqui o silêncio,
E a mim também.
Para todo o sempre,
Amém...A Graça da Rua XIV
Sentei-me próximo dela. Buscava, sim, buscava em sua
fisionomia algum detalhe que não me fizesse bem aos meus olhos. Tinha em seu
olhar ainda a ingenuidade de uma criança, que pouco sabe da vida. Seu perfume
era de flores silvestres, que adoravelmente viajava pelo ar, enfeitiçando-me.
Naqueles dias que haviam sucedido, este que vos lhes conto,
fazia falta a paz em mim. Nada me alegrava nada me completava. Desde que me
mudei para a capital, não havia me identificado com nenhuma outra pessoa. Eram
todos diferentes de mim. Seus passos, olhares, modos, nada era como os dos meus
conterrâneos, nem como os meus.
Fazia dois meses que havia vindo morar em Porto Alegre, por
que em minha cidade não havia faculdade de medicina. Meus pais se preocupavam
com os meus estudos, e não queriam que tivesse o triste destino de permanecer
na pequena Vila de Piratini.
Corriam os primeiros anos do século XX, várias mudanças
ocorriam pelo mundo afora, e aqui no Rio Grande do Sul não era diferente. No lugar de velhas carroças, surgiam os
primeiros carros, poucos, mas já estavam em circulação nas poucas ruas já
pavimentadas da capital. Existiam postes, abastecidos com óleo de sardinha, que
iluminavam as ruas da cidade, até pouco depois da meia-noite.
Morava numa pequena pensão situada numa rua adjacente
próxima da Rua da Praia, onde passava quase todo dia estudando e dando o melhor
de mim, para que quando mandasse uma carta aos meus pais, pudesse lhe reportar
alegria e lhes dar o orgulho de ter seu único filho formado, como médico. Se
desse sorte, podia ir medicar em minha terra natal. Só imaginava minha velha
mãe, orgulhosa de seu filho, lendo a luz de vela minha carta.
Mas isso levaria tempo.
Não podia me dar ao deleite de apaixonar-me por a filha do
banqueiro, isso podia me atrapalhar em meus estudos.
Todos os dias quando saia da pensão, pondo-me a caminho da
faculdade, a via saindo de casa, sempre acompanhada de seu irmão mais velho.
Não deixava que percebesse que eu a admirava, e, quase pechava nas senhoras que
ia a missa pela manhã. Uma vez que era órfã de mãe, sempre acompanhava seu
irmão no trabalho deste no banco da família. Por certo, achava cansativo passar
o dia todo solitária no sobrado da família, e seu pai preferia ter sua bela caçula sob seu rigoroso olhar. Ficava o dia
todo junto de seu pai, em sua sala, no banco.
Seus longos cabelos castanhos claros eram levemente atados
por uma delicada fita de cetim, de cor azul claro. Eram os mais belos de todas
as moças da capital, e quiçá do universo. Pelo menos para mim eram. Longos,
eram singelamente embalados pela leve brisa do ar matinal que soprava do
Guaíba. Suas pequenas mãos delicadas eram cobertas por luvas brancas, que
apertavam uma pequena bolsinha que sempre carregava consigo. Vestia-se sempre
com belíssimos vestidos, sempre feitos dos mais caros e valiosos tecidos, que
seu pai mandava fazer com a modista francesa que tinha uma loja na Rua dos
Andradas.
Em meus mais íntimos pensamentos, despia-a em meu
subconsciente, e projetava tal formosura, onipotentemente superior á uma das
três graças acompanhantes da Primavera, obra do pintor renascentista Botticelli.
Mas podia ele criar figura tão divina quanto aquela que alimentava meus olhos
todas as manhãs?
Docemente dei-lhe o doce apelido de “A Graça da Rua XIV”.
Seguiam os dois de braços dados, misturando-se nas pessoas
que perambulavam pela rua, em frente a sua casa. Logo sumiam num esquina a
seguir.
Voltei a mim, aqui nesta confeitaria, da Rua do Porto, onde
eu e meus colegas de faculdade saímos para o almoço. Ela estava acompanhada de
seu pai, que não tirava os olhos de seu jornal. A filha, a bela filha, estava a
beber um chá de canela, numa delicada xícara de porcelana turca, que soltava
para cima um vapor, este que sumia no ar, depois de subir-lhe pela maçã do
rosto.
Comia o almoço, mas não conseguia retirar o olhar da bela
moça, e ali a poucos metros, respirava seu doce perfume, que absorvia pelas
minhas narinas.
Meus colegas, já haviam notado minhas intenções com a moça,
e como eu sabiam que meu desejo a se realizar, seriam um tanto impossível.
Tinha medo que ela percebesse e comentasse com seu pai ou
irmão, e estes ficassem com raiva de mim, por cobiçar a jovem. Deveria ser
prometida a algum herdeiro de alguma abastada família da região. Já eu não
detinha este status nem posição social que nem os demais rapazes que faziam a
corte a ela.
Seu pai, ao notar o garçom da confeitaria estava ali de pé
ao seu lado para fazer o pedido, disse que desejava o mesmo de sempre para
almoçar e perguntou a sua filha o que ela desejava para comer. Ela chamava-se
Luciana, soube seu nome assim que seu progenitor lhe perguntou sobre o almoço. Ela concordou com o pai, em almoçar o de sempre. Assim, de seus carnudos lábios saiu uma doce voz, calma como água de um cristalino lago e mais suave que um Adágio de Mozart
ou Albinoni, dedilhados num novíssimo piano de puro marfim.
Logo após o pedido dela, ainda como os olhos presos em sua
figura, percebi que ela me olhava. Sim, ela me olhava, discretamente olhava-me
no fundo dos meus olhos, como quem procurava desvendar minha alma...
Talvez por medo que seu pai desconfiasse disso e lhe
advertisse, baixou os olhos num rápido movimento e pôs seu belo par de olhos
azuis na toalha da mesa. Docemente pôs o guardanapo no colo e manteve-se com o
olhar baixo na mesa.
Resolvi não lhe olhar demasiadamente, pois fiquei com receio
de constrangê-la, e decidi deter meu olhar apenas na minha refeição que já
estava findando.
Quando me dei por conta, após terminar meu almoço, a mesa
onde seu pai e ele estavam apostos, fazia-se vazia.
Não perguntei a nenhum dos meus colegas sobre onde ela havia
ido.
Terminamos o almoço. Todos contavam anedotas, causos que
ocorriam fora das vidraças da confeitaria e além dos limites da cidade,
assuntos que eram comumente debatidos pelos jovens da capital. Mas a mim se
faziam desinteressantes e obsoletos, uma vez que a imagem da senhorita não
abandonava minha imaginação. Ah perturbadora visão dos céus! Era como se
aqueles poucos minutos em que a olhava e deleitava-me com seu perfume,
pudessem-me fazer flutuar, envolto em delicada seda divina!
Resolvi arrancar esta imagem de minha cabeça, pois tinha
outros assuntos a tratar referentes a faculdade.
Pois assim fiz, de todas as maneiras me afastei de seu
caminho. Nunca mais passei em frente a sua casa, nunca mais almocei naquela
confeitaria, e quando sua majestosa imagem me vinha tona em pensamento, tratava
de me esbofetear para cair em mim e me ocupar com outros pensamentos.
E consegui.
Sua imagem, aos poucos fora desaparecendo dentro de mim,
como alguma forma em uma manhã de cerração, ao passo que vai se afastando, mais
difícil de divulgar torna-se.
Ainda hoje, anos depois destes fatos, vez que outra me
pergunto: - Por onde andará a bela Luciana, a minha, só minha Graça da Rua XIV?
Nota: Caso você tenha
notado, a história acima ficou um tanto sem pé nem cabeça, nem o título se torna
convincente, e muito menos o fim. Apenas deixei minha fértil imaginação criar
este texto. E.V;
terça-feira, 11 de junho de 2013
Ao final desta tarde

Este teu olhar castanho
Tão doce quanto um favo de mel
Ele, em minha direção mirando.
Por dentro
Sinto-me flutuando
Sinto-me no céu
Pele macia
Virgem seda
Por ti, reporto tanta idolatria,
Que nem desconfias
É a musa de meus sonhos
Lábios vermelhos
Maçã de encantos
Reclusos desejos
Dedico cada poema
Que retiro de minha alma
Esta mina de sentimentos
Nada posso fazer
Amar-te é o que me resta
Já que não consigo te esquecer
Transmito á este papel o que sinto
Atesto e afirmo
Que nada minto
Nessas linhas poéticas
Minha única saída
Já que contigo meu amor não posso compartilhar
Sejamos amigos
Continuemos nossa caminhada
Eu com a minha
E tu, com a tua
Minha amada
Para a posterioridade
Ficarão apenas velhos retratos
E para quem quiser ouvir
Este meu amor em surrados relatos.
Passará os anos
Mas de ti não esquecerei
Estará sempre no velho baú das lembranças
Onde guardamos memórias que tanto adoramos
E este teu belo olhar
Terá sempre, lá um lugar.
Para que depois que fores embora de minha vida
Quando a saudade bater a minha porta
Eu, magicamente
Possa me reportar...
Ao final desta tarde
Quando no horizonte
O Sol vai beijando as montanhas
Eu, sentado neste banco,
Vivendo apenas de lembranças.
Nesta tarde fria,
Minha bela dona
Finalmente virás
Vestida toda de branco
Vestida toda de branco
Quieta e sem alarde
Irá levar-me daqui
Até os jardins do céu
Tu e eu de mãos dadas,
E tu, para mim docemente
Sorriria.
Ah não sabes o quanto esperei
Para que um dia
Novamente eu pudesse contemplar
Teu doce olhar de mel...segunda-feira, 10 de junho de 2013
Cantares
Não sei se, de mi te lembras.
Ou se me esqueces, por fim;
O que eu bem sei, é que vivo.
Quando os olhos põem em mim.
Por isso minha adorada
Te peço de quando em quando
Não te esqueças do remédio
E me vai aviventando!
Os meus olhos, mais os teus
O mesmo compasso tem.
Se os teus abres, abro os meus:
Fitar-me tu, eu também.
O que posso mais eu fazer
Para em tudo te imitar?
Sigo-te á risca até mesmo
No teu preceito de olhar.
A carta que me mandaste
Abri com pouco jeito:
Trazia o teu coração.
Caiu-me dentro do peito.
Dei-lhe então, ali o abrigo;
Mas não lhe cabendo os dois,
Mando-te o meu, e, comigo
Ficarás o teu depois
-Francelina Pinheiro Duarte
Insônia
Consigo perceber minha quente e incessante respiração.
Desperto.
Arrasto meu rosto no lençol, pondo-o em cima do travesseiro.
É uma mania minha não ficar com o rosto em cima deste. Viro a face em direção á janela. Lá está
apenas a silhueta da cortina xadrez, pois o resto ainda é apenas penumbra da
madrugada. Ainda não clareou o dia e a madrugada está perto de seu fim. Logo os
pássaros irão com alegria anunciar um novo dia de primavera, e a luz do alvorecer
irá majestosamente invadir meu quarto.
Meu corpo mantem-se fiel à cama, e meu rosto está amassado
junto ao travesseiro. Fico com os olhos parados e estáticos presos á janela.
Meu pensamento está oco, como o tronco de uma velha árvore, puído pelo tempo.
Nada se passa ali. Assim fico melhor, sem me preocupar com nada ou alguém.
Não sei, mas não consigo voltar a dormir, como se o sono
fugisse de mim. Ah mas isso parece loucura! Não voltar a dormir, justo hoje
numa aprazível manhã de domingo de primavera. Bem por que eu não sei, mas não
consigo.
Lá fora, algo pisca, mas eu sei que é a lâmpada do poste que
tem aqui na rua, de fronte a minha casa. Quando ficava sem sono, costumava
ficar olhando para a lâmpada, mas agora ela está fraca e pouco ilumina a rua. Nem meus pensamentos.
Há também o estridular dos grilos, que freneticamente
cantarolam rua a fora. Talvez sejam estes os únicos seres além de mim a
estarem acordados esta hora. Dizem os mais velhos, que quanto mais escura à
noite, mais claro é o canto dos grilos. Cri Cri Cri.
O rádio relógio atesta que são 5h e 36 min.
Maldita insônia não me permite dormir. Agora, depois de ver
as horas, meu pensamento se inunda de ideias, preocupações, e coisas desse tipo.
Por vezes sinto que meu subconsciente se torna igualado á um
cemitério abandonado, onde, mesmo que vivas algumas pessoas tornam-se iguais a
velhos jazigos, pois aos poucos foram morrendo em minha vida, e que
teimosamente ainda as levo flores, em sinal de saudade.
Há em cima de mesinha no lado da minha cama, uma folha de
papel e uma caneta destampada, que deixei escrita uma poesia inacabada. O sono
e a falta de inspiração me obrigaram a deitar-me. Aborreço-me muito rápido das
coisas, a por muitas vezes das pessoas. Mas não gosto de ser assim. Foi o que
ocorreu com a poesia. Logo dela me aborreci, e nem tomei todo café que havia
feito para passar a noite escrevendo. Logo esfriou, a inspiração se foi. Fui
deitar-me. E com o sono também ocorreu...
sábado, 8 de junho de 2013
A carta que eu escrevi, e a ti nunca enviei
Talvez por medo, covardia, receio da tua resposta, eu não
fiz mais do que escrevê-la e guarda-la no fundo de um baú, junto de tantas
coisas velhas, e sem importância. Mas essa carta tem, e terá, pois foi ali, aos
prantos, que eu desenhava cada letra, cada palavra, que estavam enterradas dentro de minh´alma. Nesta carta que juntei toda a
coragem que detinha dentro de meu coração, lá no fundo e transmiti a este
pedaço de papel por meio de minha mão.
Tu há essa hora, estas vivendo a sua vida, mas habitando meu
pensamento, sendo você, a única habitante de meu pequeno mundo, onde mesmo que
fantasiosamente, vivo feliz.
Um dia, quem sabe, eu tenha coragem de a ti reportar este
pedaço de papel, cheio de minhas, não tão belas, mas sinceras palavras.
Ou talvez continue com ela guardada, a sete chaves, como este
sentimento, e que nunca tive a audácia de olhar no fundo de teus negros olhos e
dizer:- Eu te amo!
Sim, isso é covardia de minha parte, mas quem em algum
momento de sua vida não foi covarde? Nosso lado humano nos faz assim, mesmo que
seja algo que nos consuma por dentro. Então é como uma represa, que está quase
está estourando, transbordando, e por milímetros, não se rompe.
Penso em me declarar, mas a sombra do medo cobre o Sol da
coragem.
Guardo esta carta que nunca te entreguei, eu covarde, como
uma criança com medo do escuro, dos fantasmas da noite, e me calo.
Retiro meus óculos, e lhe ponho em cima da escrivaninha.
Tampo a caneta, repouso num pequeno baú de madeira a carta, e o chaveio, neste
pequeno e velho baú, pois não quero que ninguém a leia. Decido apagar a luz, não irei mais escrever
nada, depois de pensar em tudo isso. A negritude da noite vem aos poucos
adentrando pela janela de meu quarto, já que nem a bela Lua está hoje no céu.
Debruço-me no parapeito da janela, lhe abro e ponho minha
cabeça para fora. Um gélido ar beija meu rosto, e olho o horizonte, d´onde lá
em seus confins o Sol, já vai se pondo, deixando apenas um rastro de seda
alaranjada, por entre as poucas nuvens que enfeitam o céu, já nos últimos momentos
de claridade dele. É fim de outono, logo virá o inverno, com seus dias de
mazelas, frios e chuvosos, que sem a sua presença, se tornam cada vez mais
amargos.
Espero que na próxima primavera, voltes e que seja como o
Sol resplandecente depois de uma longa tempestade.
Parece que no céu, posso criar sua bela e divina imagem,
como uma belíssima pintura da época do Renascimento. Logo percebo que estou
sorrindo, olhando para o nada.
Ponho meu corpo para dentro de casa, fecho a janela, e cerro
a cortina, e assim a escuridão noturna toma conta de meu quarto. Lágrimas de dor
inundam meus olhos, e descem pelas maçãs de meu rosto, e caem no tecido de minha
roupa, que logo as absorvem.
Sinto que minhas pernas fraquejam, e busco sentar-me na
cadeira de minha escrivaninha, onde também aos prantos, escrevi a carta.
Recupero minha força, levanto-me e me dirijo em direção a
minha cama, sendo esta de casal, mas que mesmo assim ainda é somente por mim
ocupada.
Deito-me e me cubro com a coberta, e encolho-me de frio.
Ponho minhas mãos junto de minha boca, onde sinto o calor de minha respiração.
Fico imaginando o que fazes a esta hora, no que pensas, e
assim de tanto pensar adormeço. Adormeço e tu, apenas tu habitas meu sonho.
Você, em sua casa também dorme seu sono de anjo, e comigo não sonha.
Amanhã, quem sabe, eu vista a armadura da coragem, chegue a
sua frente e em suas mãos, ponha esta carta, que escrevi, revelando-te tudo o
que sinto. Todo meu amor por ti...
sexta-feira, 7 de junho de 2013
O que penso sobre o amor
Não é possível explicar o amor.
Tento todos os dias o entender, mas o meu limitado
conhecimento não me permite.
Talvez o amor, seja mesmo algo para ser vivido, não explicado.
Se é como acho, ele já nasce com a gente, e fica ali adormecido, e quando a
gente se dá por conta ele está ali, habitando nosso coração, dando-nos razão
para respirar fundo e ir adiante.
Tem pessoas que confundem o amor com a atração física, que é
aquele impulso de nosso corpo, que deseja arduamente contato com outro corpo,
porém, existe esse sentimento de desejo quando se ama alguém, mas não
necessariamente se ama alguém que se sente desejo, ou como disse Rita Lee, em sua
música “Amor e Sexo”: “Amor sem sexo é amizade; Sexo sem amor é vontade”.
(...) Amor é divino, sexo é animal. Amor é cristão, sexo é
pagão...
Mas como disse Rita em sua música, amor e amizade andam lado
a lado, como dois sentimentos irmãos, que podem ou não se misturarem,
tornando-se um grande sentimento, como o amor.
É comum, em alguns casos isso acontecer, mesmo que seja de
apenas uma parte.
O bom de amar, nem que este não seja correspondido, é que
vem aquela sensação de “eu amo”. Pode perecer bobagem, mas amar é bom. Revela
nosso lado divino e ao mesmo tempo humano, a nossa capacidade de amar um alguém
além de nós mesmos.
Que sentido se dá a vida se não amarmos alguém além de nós?
Seriamos tão egoístas, que não poderíamos
doar tudo de bom que temos em nos mesmos a outra pessoa?
A paixão, como eu escutei uma vez numa novela e hoje
relembrado por uma amiga é como uma chaleira, fervente em cima de um fogão,
ferve com tanta energia, nos deixa descontrolados, enlouquecidos, mas tal
sentimento é passageiro, como a chaleira, que sem o fogo que lhe aquece, vai
esfriando, e um belo dia, quase congela.
Amor é algo sublime acima do bem e do mau. É a doce brisa de
primavera. É aquela saudade dolorida, quando ficamos longe de quem nós amamos.
É o que muitas vezes nos faz viver. É o maior encanto de nossas vidas.
Amamos aquela pessoa com quem nos identificamos. Aquela que
tem as características que de certo modo nos completam, a tal da “metade da
laranja”. Foi o que aconteceu comigo.
Também vamos nos apaixonando dia após dia, cada vez que
conhecemos mais a pessoa, ou melhor dizendo, sua alma, seus medos, sua
fragilidade em determinadas ocasiões, sua coragem, sua alegria, mas também
devemos aceitar seus defeitos, pois afinal até mesmo aquela pessoa que
consideramos “perfeita”, tem os seus, assim como nós temos os nossos.
Não sou nem queiro ser a pessoa que entende tudo sobre o
amor. Até por que ele nunca vai ser entendido. Ele é para ser sentido, vivido,
apreciado, pois é uma das coisas mais belas que iremos levar dessa vida, e que
irá nos acompanhar por todo sempre.
Se amar alguém, tire de você a coragem mais escondida que
tem e se declare. Não espere que seja como num conto de fadas, onde tudo são
rosas. Pois se der certo será muito melhor. E também pela sensação de “e como
seria se eu tivesse falado?
”.
É isso que acho do amor, eu bobo aqui escrevendo isso e
pensando na pessoa amada, que nem sabe que eu a amo.
Mas mesmo assim, não sendo recíproco, eu a amo e muito!
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Amantes
Sei que não é a mim que amas
Ah não sabes como sofro
Arde meu coração em chamas
Recordação de um bom tempo
Oh suave brisa
Profundo lamento
Ainda posso sentir o calor de tua pele
Recaindo sobre a minha
Tamanha saudade, que tanto me fere.
Somente o frio me faz companhia
Reviro-me em minha cama
Onde antes tu, em meus braços adormecia
Agora, diz-me que é outro que amas
Sentir o teu calor
Pernas se entrelaçam
Ímpio ardor
Movidos pelo desejo
Corpo a corpo
Língua á língua, um beijo
Tu a outro te entregas
De mim, nem te recordas
Forma inesquecíveis momentos
Pela tua demora eu lamento
Mas sei que que não irá voltar
Por mais que a ti eu suplique
Que venhas para meu corpo acarinhar
Da janela admiro nos céus a Lua
De beleza ímpar, igualada apenas a tua
Tu, dona de meu coração
Dama da madrugada
Guardo apenas recordação
Da bela mulher amada
Que perturba os meus sentidos
De desejo, cego fico
Dentre todas as mulheres
É a única que me completa
Assim, mastigo meu desejo
Infame, tu és minha predileta
Por isso, raiva de mim eu sinto
De querer-te tanto
Não sendo recíproco
Então, a ti eu minto
Pensas que nada mais sinto
De sentimentos, fiquei oco
Pela janela, sinto o ar frio
Mas forte chama ainda arde
Voraz e incessante
Que não se vai em cada fim de tarde
A cada dia, mais forte se torna
Presente e constante
Ah não sabes como sofro
Arde meu coração em chamas
Recordação de um bom tempo
Oh suave brisa
Profundo lamento
Ainda posso sentir o calor de tua pele
Recaindo sobre a minha
Tamanha saudade, que tanto me fere.
Somente o frio me faz companhia
Reviro-me em minha cama
Onde antes tu, em meus braços adormecia
Agora, diz-me que é outro que amas
Sentir o teu calor
Pernas se entrelaçam
Ímpio ardor
Movidos pelo desejo
Corpo a corpo
Língua á língua, um beijo
Tu a outro te entregas
De mim, nem te recordas
Forma inesquecíveis momentos
Pela tua demora eu lamento
Mas sei que que não irá voltar
Por mais que a ti eu suplique
Que venhas para meu corpo acarinhar
Da janela admiro nos céus a Lua
De beleza ímpar, igualada apenas a tua
Tu, dona de meu coração
Dama da madrugada
Guardo apenas recordação
Da bela mulher amada
Que perturba os meus sentidos
De desejo, cego fico
Dentre todas as mulheres
É a única que me completa
Assim, mastigo meu desejo
Infame, tu és minha predileta
Por isso, raiva de mim eu sinto
De querer-te tanto
Não sendo recíproco
Então, a ti eu minto
Pensas que nada mais sinto
De sentimentos, fiquei oco
Pela janela, sinto o ar frio
Mas forte chama ainda arde
Voraz e incessante
Que não se vai em cada fim de tarde
A cada dia, mais forte se torna
Presente e constante
terça-feira, 4 de junho de 2013
Saudades não basta...
Por que damos o devido valor á coisas e pessoas quando as
perdemos?
Será que é mais fácil sentirmos saudades, do que irmos
vê-las, abraça-las, ama-las?
Por vezes na correria do dia-a-dia, não conseguimos dar a
merecida atenção que as pessoas ao nosso redor merecem. Mas por mais que a vida
de algumas pessoas seja longa, não são eternas.
As horas passam os dias, os meses, os anos, e quando nos
damos de conta, a vida se foi, como a água de um rio, que passa em frente de nossos
olhos apenas uma vez, e some no horizonte.
A vida é como a chama de uma vela, frágil que por vezes
balança, quase se apaga, mas logo se mantém firme. Porém, uma leve brisa, pode
transformar tudo em escuridão.
Dê valor às pessoas que são importantes para você!
Mande flores, faça uma surpresa, seja amável.
Ore por elas quando estiverem passando por um momento de
dificuldade.
Diga á ela que a ama, mostre a ela o quanto ela é importante
para sua vida.
Esboce um belo sorriso pela primeira vez que a ver no dia.
Aproveite os momentos que estiverem juntos.
Convide-a para sair, para tomarem um delicioso sorvete. Se
ela não quiser, proponha um filme, com pipocas, num fim de tarde de domingo.
Enfim, seja feliz ao lado delas, tente as entender, seja
flexível.
Pois depois que os batimentos pararem, nada mais se pode
fazer.
Não irá adiantar levar flores, rezar por sua alma, prestar
homenagens, promover pompas, etc.
Saudades, lágrimas, não são o suficiente para trazer alguém
de volta a vida.
Pense nisso. Viva o hoje!
Se for para chorar, que seja de alegria, de surpresa, de
amor!
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Sorrisos e olhares
Sinto o
palpitar de meu coração
Galopantes
batidas
Parece que
irão me lavar a morte
Nunca iria
imaginar que este sentimento,
A cada dia
se tornaria mais forte.
Uma tão
descontrolada atração
Meu corpo
clama pelo teu!
Só assim irei
encontrar minha salvação
Minha boca é
sedenta pela tua
Com um
andarilho num árido deserto
Atira-se num
poço d´água fresca
Num impulso,
na emoção
De não saber
ao certo,
Não ouve a
voz da razão.
Só assim eu
atesto
Serei feliz
por completo,
Quando esta
minha sede saciar!
Teu olhar
por vezes me fascina,
Por outras
tantas me alucina.
Para mim,
mirar-te já basta
És como o
Sol de verão
Dá a minha
vida, para seguir, uma razão
Mas tanto
dói quando te afastas,
Então sangra
meu coração.
Se passar um
dia sem lhe ver,
É mesmo que
não viver!
Assinar:
Postagens (Atom)