Fiz de tudo que se pode
imaginar. Engoli o ar seco pela boca. Obriguei o sono a ir embora, pular da
minha cama e saltar pela janela. Carreguei água nas mãos e não deixei nenhuma
gota fugir por entre os meus dedos. Enfrentei apenas com o olhar os raios e
trovões que fulminavam nos céus nas tempestades de verão. Sentia-me corajoso por isso.
Lembro o quanto vivi
com tudo isso. Poderia descrever cada detalhe. Cada palavra. Cada gesto. Não me
arrependo de nada, nem mesmo de ter me iludido.
Sei que falar de
sentimentos é algo batido e que muitos falam, mas eu sempre gosto de lembrar e
sentir um pouco da emoção que pode criar numa pessoa tal sentir.
São pequenos fragmentos
que fazem uma grande vida. Descobertas, sustos, risos, choros, partidas,
rastros deixados por nós na vida de outros. Inclusive dos ventos que
graciosamente acariciam nosso corpo.
Esperança como dizem é
a última que morre. A morte é o final desta vida. A passagem do (des) conhecido,
para o desconhecido. A vida em todo, não nos é conhecida. Vamos conhecendo aos
poucos. Construindo dia após dia. Tentar ser feliz, nós é concedido a grande
dádiva a cada dia.
Então são duas metades
paralelas: esperar por a realização de nosso desejo, ou atirar-se de peito no
que passa por debaixo de nossos olhos. É uma decisão que só cabe a nós mesmo.
Mesmo que já tenhamos tentado fazer de tudo o que se possa imaginar e ter
chorado até a última lágrima de saudade de alguém.
De maneira única, o
tempo passa, não importando o que se faça. O que difere é como nós o
preenchemos, sendo nos amando e indo atrás de algo que nos faz falta, sendo
prostrando-se na cama, abafado até os olhos já inchados de tanto chorar, ou amando-se
em primeiro lugar.
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