Frio silencioso que gela minha pele,
Não chega lá dentro de mim,
A barreira de sobriedade o impele.
Vagando lentamente o erro
Suspeito de tanto tentar
Calar e consentir,
Quebrar tão forte ferro
Gritos de solidão...
Inverno.
Lento e doloroso,
Mas ao mesmo tempo tão terno.
Do vento choroso,
Assovios na imensidão.
Faz-nos pensar,
O quanto é linda a primavera.
Repensar,
O quão sedutor é o verão.
Meio termo,
O outono,
Regado á sereno.
Quase um irmão do inverno,
Este mais amável,
Sem aquele gosto terrível de inferno.
Paisagem de musgo verde,
Ou de cinza bucólico.
Que passam as horas
Mas não muda o repertório.
Mesmas imagens sem expressões,
Tão empalidecidas,
A ponto de submissões,
Desguarnecidas.
Chuva congelante
Que nosso semblante, o faz
Parecer deselegante,
E um tanto fugaz.
Neblina densa e constante
Paira na paisagem
E faz-me pensar
Que detrás dessa manta cinzenta
Pode recobrir tua imagem.
Inverno.
Fonte dos poetas apaixonados
Buscando o âmago da sua existência,
Dos poemas alados
Daquele que busca na poesia sua subsistência.
Das infinitas noites mal dormidas,
E dos dias ditosos.
Das feridas adormecidas,
De pesadelos custosos.
Os dias
De suplício amargo,
Onde só a caneta companhia me fazia
E nada mais ao largo,
Do meu escuro recinto.
Sarjeta sombria
Onde por covardia,
Jamais sairei.
Veremos se a aguentarei a solidão
Ou quem sabe,
Morrerei de paixão.
E daqui só sairei,
Dentro de um caixão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário